O piloto Antônio Sena, de 36 anos, que foi resgatado no último dia 6, depois de passar 36 dias perdido na selva amazônica, voltou neste fim de semana ao local onde fez um pouso forçado, no Pará.

“Que emoção voltar nesse lugar. Tantas coisas passam na cabeça. Os momentos da queda, ver a imensidão da floresta de cima, lembrar os momentos lá embaixo e ver o tamanho do desafio. Mas meu amor pela minha família e minha fé em Deus foram maiores e nos fizeram vencer”, escreveu o piloto nas redes sociais.

No Instagram, Antônio compartilhou vídeos e imagens do voo deste fim de semana no local do acidente.

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De acordo com o piloto, após mais de 30 dias caminhando na mata, Sena encontrou castanheiros de uma localidade chamada Igarapé Puxuri. O homem conseguiu contato com a família no dia 5 de março por meio de um rádio amador e foi resgatado no dia seguinte por uma aeronave do Grupamento Aéreo de Segurança Pública do Pará.

Pouso forçado

Aos policiais que participaram do resgate, Sena explicou que a aeronave que ele pilotava “parou” de funcionar e ele conseguiu fazer um pouso forçado.

“Pousei forçado. A aeronave parou (de funcionar). Como eu vinha voando baixo em três mil metros e ali tinha serra de dois mil metros e um pouco mais, o tempo que eu tive foi de tentar reacender (o avião) e não consegui. Como eu não consegui, já fui buscando local para pouso. Fui encontrando um vale, desviando das árvores maiores até que consegui pousar em um valezinho no meio de duas serras”, recordou Sena.

“Então ele (o avião) entrou e eu bati nos açaizeiros e ele entrou de bico no igarapé certinho. Ele está de cara no igarapé. Como é tudo muito rápido, eu só lembro de conseguir sair do cockpit e minha mochila estava jogada do lado, peguei minha mochila, um saco de pão, algumas coisas e me afastei da aeronave, que tinha muito óleo diesel. Aí peguei uma corda e o que pude pegar que tinha na aeronave e que fosse me ajudar no meio do mato. Não demorou muito e a aeronave começou a pegar fogo. Ela está queimada. Uma parte esta queimada”, detalhou.

O piloto disse ainda que marcou pelo GPS a localização da queda da aeronave em que estava. “Ainda fiquei uma semana lá. Eu ouvia aeronave passar um pouco longe, nenhuma muito próximo. Passada uma semana que vi que demorou e mudou a frequência de aeronaves entendi que não viriam mais”, relatou Antônio Sena.

Logo após o desaparecimento, a Força Aérea Brasileira iniciou buscas que duraram cinco dias, mas foram encerradas por não haver nenhum vestígio, nem da aeronave, nem do piloto.