Vídeo: ‘Os russos cometeram um grande erro’, diz soldado ucraniano em Kiev

%22A Rússia vai morder a própria língua por nos invadir. Eles cometeram um erro enorme%22, diz soldado, um mês após o início da guerra
Foto: Reprodução/AP

Nesta quinta-feira, dia 24, os moradores de Kiev completaram um mês desde o início da guerra da Rússia na Ucrânia, que matou milhares de pessoas, reduziu cidades inteiras a escombros e forçou milhões a fugir de suas casas.

O maior conflito militar na Europa desde a Segunda Guerra Mundial também perturbou a ordem de segurança internacional e provocou ondas perigosas na economia global.

Desde os primeiros dias, a invasão não foi como o presidente russo, Vladimir Putin, esperava.

Depois de avançar rapidamente para os arredores de Kiev nos primeiros dias da invasão, as tropas russas logo se atolaram nos subúrbios.

Empunhando um fuzil AK-47, Valeri Vishtalyuk, um soldado ucraniano, disse que o moral estava alto entre os ucranianos.

“Eles não têm medo de nada… Os ucranianos se uniram como nunca antes”, disse Vishtalyuk. “E os russos cometeram um grande erro ao escolher nosso país, nossa terra.”

Em vez de se render como o Kremlin esperava, as tropas ucranianas reagiram ferozmente em todos os setores, frustrando as tentativas russas de entrar rapidamente em outras grandes cidades, incluindo Kharkiv e Chernihiv.

A Rússia também não conseguiu obter o controle total dos céus sobre a Ucrânia, apesar dos ataques maciços contra a força aérea e os meios de defesa aérea do país.

Autoridades de Kiev dizem que cerca de 80 prédios foram destruídos por bombardeios russos e que metade de seus 3 milhões de habitantes deixaram a cidade.

Alguns que ficaram esperam que dias melhores venham.

“Eu tento manter a calma e só espero que tudo acabe e tudo fique bem, como estava antes, e ver os sorrisos voltarem aos rostos das pessoas e aproveitar a vida”, disse Andriy Zyuba, morador de Kiev.

Autoridades ocidentais dizem que durante a guerra, as tropas russas foram prejudicadas pela persistente escassez de suprimentos, lutando para obter comida e combustível e sem equipamentos adequados para o frio.

Pressentindo que a guerra pode continuar por muito mais tempo, Evhenii Sosnovskyi, dono de um café no centro de Kiev, quer tentar voltar à normalidade.

“Eu entendi que não é uma questão de uma semana ou duas semanas, talvez nem mesmo um mês”, disse Sosnovskyi.

“Para que as pessoas acreditem em um futuro cada um de nós precisa do apoio. Parentes, família, militares precisam desse apoio. Por isso decidimos abrir.”

Mesmo com sua ofensiva paralisada e a economia russa estremecendo sob o golpe das sanções ocidentais, Putin não mostra sinais de recuar.

Apesar da queda do rublo e da disparada dos preços ao consumidor, as pesquisas russas mostram um forte apoio a Putin.

Putin exige que a Ucrânia adote um status neutro, abandone sua tentativa de ingressar na OTAN, concorde com a desmilitarização, reconheça a soberania da Rússia sobre a Crimeia e reconheça a independência das repúblicas rebeldes na região de Donbas.

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky disse no início desta semana que a Ucrânia está pronta para discutir um status neutro junto com garantias de segurança que impediriam qualquer agressão adicional.

Mas ele disse que o status da Crimeia e das regiões separatistas só poderá ser discutido após um cessar-fogo e a retirada das tropas russas.