A audiência da ministra da Mulheres, Aparecida Gonçalves, na Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara dos Deputados acabou em confusão, na quarta-feira, 5. Enquanto ela prestava contas sobre a pasta, as parlamentares Erika Hilton (PSOL-SP) e Júlia Zanatta (PL-SC) começaram a discutir.

“Ultrapassada, vai hidratar esse cabelo, vai se cuidar. Pelo amor de Deus”, disse a deputada federal Erika Hilton, em um vídeo divulgado no X (antigo Twitter).

Nesse momento, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) resolveu sair em defesa da colega de partido e questionou a identidade de gênero da psolista, que é uma das duas parlamentares transexuais do Congresso Nacional.

“Pelo menos ela é ela”, afirmou o parlamentar, aos risos.

Nas redes sociais, a deputada federal Júlia Zanatta agradeceu Nikolas Ferreira pelo apoio. “Você sempre defende as mulheres”, completou. Sobre o episódio com Erika, a parlamentar escreveu que “cafona mesmo é não se amar do jeito que Deus nos fez”.

A ISTOÉ entrou em contato com Erika Hilton para saber se ela pretende entrar com alguma ação contra Nikolas Ferreira, mas não obteve resposta até o momento. O espaço segue aberto.

Desde quando ainda era vereador de Belo Horizonte (MG), Nikolas Ferreira enfrenta acusações de transfobia. Em dezembro de 2023, ele chegou a ser condenado em segunda instância por usar o pronome masculino (ele) ao se referir a deputada federal Duda Salabert (PDT-MG).

No dia 8 de março de 2023, o parlamentar fez um discurso tachado como transfóbico, ao subir na tribuna da Câmara com uma peruca loira e dizer, em tom de deboche, que se sentia “mulher” e por isso tinha “lugar de fala” para discursar sobre o Dia Internacional da Mulher.