SAN PAULO, 9 FEV (ANSA) – A Itália se chocou nesta sexta-feira (9) com a divulgação de um vídeo com cenas de tortura em um presídio de Reggio Emilia, no norte do país.   

As imagens mostram um detento sofrendo 10 minutos de espancamento. Ele teve uma fronha apertada em volta do pescoço e puxada por um longo período e, caído, foi golpeado no rosto coberto e pisoteado, ação de agentes de segurança.   

Ele, que não foi identificado, foi segurado pelas pernas, com o braço preso atrás das costas, despido da cintura para baixo, levantado e levado de volta para a cela à força, onde foi novamente agredido.   

Lá, foi deixado por mais de uma hora, seminu, ferido com cacos e com o sangue inundando o cômodo, ainda conforme o vídeo visto pela ANSA, gravado em 3 de abril de 2023.   

O juiz Luca Ramponi, responsável pelo caso e que afastou 10 investigados do serviço, definiu o caso contra o preso tunisiano de 40 anos como “brutal, feroz e absolutamente desproporcional em relação ao comportamento do detento”.   

O promotor Gaetano Calogero Paci definiu o episódio como “modos desumanos, degradantes, contra a dignidade humana”.   

Oito agentes são investigados por tortura e dois por falso testemunho.   

Segundo as investigações, o preso havia acabado de sair da sala do diretor da penitenciária, depois de ter recebido uma punição de isolamento por condutas que violaram o regulamento.   

As investigações começaram a partir de uma denúncia da vítima. “São imagens chocantes e inaceitáveis, uma violência gratuita contra um homem sozinho, privado de liberdade, encapuzado, algemado e no chão”, disse o advogado Luca Sebastiani.   

“Gostaria de destacar o trabalho do Ministério Público de Reggio Emilia, que com a devida rapidez e determinação conduziu as investigações e extraiu o que foi capturado pelas câmeras internas, que de outra forma teríamos perdido”, acrescentou.   

As imagens emergem no momento em que o país já está mobilizado em torno do tratamento dado a uma italiana no exterior, a professora milanesa Ilaria Salis, detida na Hungria por agressão contra militantes de extrema-direita.   

As imagens da italiana chegando a um tribunal acorrentada pelas mãos, pés e cintura, além dos relatos de maus-tratos, também chocaram a nação e a Europa. (ANSA).