03/12/2019 - 20:58
Uma gravação flagrou um policial militar agredindo dezenas de pessoas de forma aparentemente desmotivada em Paraisópolis, na zona sul de São Paulo. As imagens foram gravadas, segundo a Secretaria da Segurança Pública, no dia 19 de outubro e o agente foi identificado e afastado do policiamento. Neste domingo, 1º, uma ação da PM no local terminou com nove pessoas mortas.
O vídeo mostra o policial segurando o que parece ser um pedaço de pau e atingindo consecutivas vezes pessoas que saíam de uma viela para a rua. A maior parte dessas pessoas levanta os braços ao sair do beco, mas mesmo assim são atingidas em diferentes partes do corpo. Um dos atingidos andava com auxílio de muletas. Ao atacar os pedestres, o policial parece estar rindo em alguns momentos.
Em nota enviada ao jornal O Estado de S. Paulo, a Secretaria informou que a Polícia Militar instaurou um inquérito policial militar para apurar a conduta do agente. As imagens ganharam repercussão após a ação da PM em um baile funk na mesma região. Quanto ao caso que terminou com as nove mortes neste fim de semana, seis policiais foram afastados do serviço de rua enquanto a ocorrência é apurada pela Corregedoria e pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
O advogado Ariel de Castro Alves, conselheiro do Conselho Estadual de Direitos Humanos (Condepe), criticou enfaticamente o comportamento do policial. “Há um certo sadismo na ação porque ele agride até uma pessoa com deficiência. E ele ainda ri das agressões.”
Pelo Twitter, o governador João Doria (PSDB) disse ter tomado conhecimento do vídeo e ter exigido “punição exemplar ao agressor, já afastado de suas funções”. “Práticas como essa não condizem com o procedimento da Polícia de SP e serão veementemente condenadas”, acrescentou.
Doria informou que a investigação do caso do fim de semana continua, e “sempre que forem identificadas transgressões graves, serão punidas”. “Em SP, não temos compromisso com o erro. Mais uma vez, me solidarizo com amigos e familiares dos jovens que perderam suas vidas.”