O governo de Israel afirmou ter realizado nesta terça-feira, 9, um ataque contra chefes do Hamas em Doha, capital do Catar. Já o governo catariano disse que a ofensiva violou leis internacionais.
‼️The Israeli strike on Hamas officials in Doha was not an intelligence operation but a direct military attack by the Israeli Air Force on Qatar. pic.twitter.com/0kC4Fn5bbh
— Defense Intelligence (@DI313_) September 9, 2025
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Israel has just launched major airstrikes against Qatar.
Smoke rising from the sky in Doha.
No country is safe as long as this rogue, criminal colony exists. pic.twitter.com/Nch6gjctar
— Narjes Rahmati 🇮🇷 نرجس رحمتی (@Narjes_Rahmati) September 9, 2025
Em publicações nas redes sociais é possível ver o momento em que Israel efetua o ataque contra edifícios residenciais, fazendo com que pessoas saíssem correndo.
Um porta-voz do Exército de Israel relatou que a ofensiva foi realizada pelo Shin Bet, agência de inteligência israelense, em parceria com a Força Aérea do país. Ainda segundo o representante governamental, jatos sobrevoaram Doha e, com arma de precisão, alvejaram membros da alta cúpula do grupo islâmico Hamas, que estavam reunidos no local.
A imprensa israelense informou que um dos alvos era Khalil Al-Hayya, o principal negociador das tentativas de acordo de paz com Israel. Ele foi um dos mortos na ofensiva, mas ainda não há informações oficiais sobre se Al-Hayya foi de fato alvejado.
O governo do Catar condenou o ataque e descreveu o bombardeio como “covarde”. “O Estado do Catar condena com veemência o ataque covarde israelense que teve como alvos edifícios residenciais onde vários membros do gabinete político do Hamas estão alojados na capital catari, Doha”, afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar, Majed al Ansari, na rede social X.
Uma autoridade do Hamas em Gaza disse para a agência de notícia AFP, sob condição de anonimato, que Israel atacou a delegação de negociação do movimento islamista “enquanto ela discutia a proposta do presidente [americano] Donald Trump para um cessar-fogo na Faixa de Gaza”.
Ao justificar a ofensiva, o Exército de Israel afirmou que “por anos, esses membros da liderança do Hamas dirigiram as operações da organização terrorista, são diretamente responsáveis pelo massacre brutal de 7 de outubro e orquestraram e administraram a guerra contra o Estado de Israel”.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, já havia ordenado o início das negociações para a libertação de todos os reféns, poucos dias depois de o grupo terrorista aprovar uma nova proposta de cessar-fogo apresentada pelos mediadores do Egito, Catar e Estados Unidos.
A proposta prevê a libertação gradual dos reféns durante uma trégua inicial de 60 dias, em troca de prisioneiros palestinos mantidos por Israel.
Ao mesmo tempo, Netanyahu autorizou uma nova ofensiva militar para tomar o controle da Cidade de Gaza, que é considerada um dos últimos redutos do movimento islamista palestino.
*Com informações da AFP