Uma integrante do grupo de manifestantes contrários ao passaporte vacinal em Porto Alegre (RS) foi acusada de racismo por vereadoras negras da Câmara da cidade. Durante uma confusão entre os parlamentares e o grupo na quarta-feira (20), uma mulher foi flagrada chamando as vereadoras de “empregada” e “lixo”.

“Eu sou o povo, eu sou o povo, eu sou o povo e não posso estar aqui? Tu representa a mim. Tu é minha empregada”, afirmou a mulher apontando para as vereadoras Daiana Santos (PCdoB) e Bruna Rodrigues (PCdoB).

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Ainda no plenário da Câmara, a vereadora Laura Sito (PT) relatou ter escutado uma mulher chamando as vereadoras de “lixo”. “Porto Alegre nos elegeu para representar o povo negro, não aceitaremos racismo e nazismo! Iremos atrás de justiça”, escreveu Laura nas redes socais.

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“Infelizmente, ouvimos hoje aqui na Câmara o que estamos acostumadas a ouvir desde muito tempo. Ser chamada de “empregada”, de “lixo” é mais uma manifestação de um racismo que tenta desqualificar a todo momento a nossa chegada na Câmara”, afirmou Bruna Rodrigues.

De acordo com Daiana Santos, as vereadoras irão registrar um boletim de ocorrência sobre o caso.

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Manifestante tinha cartaz com suástica

Os vereadores da Câmara de Porto Alegre discutiam na quarta-feira (20) o projeto que exige o passaporte vacinal em eventos esportivos na cidade. Manifestantes contrários à proposta expuseram cartazes em repúdio ao passaporte vacinal e uma das imagens continha uma suástica, símbolo nazista.

O vereador Idenir Cecchim (MDB), que presidia a sessão, pediu imediatamente que se retirasse a mulher que carregava o cartaz. Houve bate-boca, empurrões e até troca de socos entre os manifestantes e alguns vereadores.

O tumulto só terminou quando os manifestantes foram embora após a ação da segurança da casa legislativa e a chegada da Guarda Municipal e Brigada Militar. Na confusão, o vereador Cláudio Janta foi mordido em um dedo da mão.

Histórico

Há pelo menos duas sessões os vereadores discutem o veto parcial do prefeito Sebastião Melo (MDB) ao projeto que autoriza a presença de público em eventos esportivos no Município de Porto Alegre durante o período em que vigorar o estado de calamidade pública.

Melo sancionou o projeto, mas vetou a emenda que obrigava o ingresso do público mediante apresentação de carteira de vacinação alegando que este era um assunto que estava sendo discutido na Câmara.

O prefeito teria tomado essa decisão para evitar atrito com parte da base, vereadores bolsonaristas que são opositores à vacinação obrigatória contra a covid-19. Uma hora depois do episódio a sessão foi retomada e os vereadores seguem discutindo o veto do governo.

Uma hora depois do episódio a sessão foi retomada e os vereadores seguiram discutindo o veto do prefeito que ao final da tarde foi mantido com 18 votos a favor da derrubada e 14 contra. Eram necessários 19 votos para derrubar o veto.

* Com informações do Estadão Conteúdo