Na quinta-feira (17), a juíza Fernanda Moura de Carvalho e a promotora de Justiça Eliane Gaia protagonizaram uma discussão durante uma sessão do Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco (TJPE), que foi transmitida ao vivo pelo YouTube. Isso ocorreu durante o julgamento da chamada “Tragédia da Tamarineira”. As informações são do UOL.

O caso em questão aconteceu em novembro de 2017. O estudante João Victor Ribeiro de Oliveira provocou um acidente de carro enquanto dirigia embriagado pelo bairro Tamarineira, em Recife (PE). O acidente deixou três mortos e dois feridos.

O estudante foi condenado a 29 anos, 4 meses e 24 dias de prisão em regime fechado pelos crimes de homicídio com dolo eventual (quando há intenção de matar) e tentativa de homicídio.

As vítimas que tiveram ferimentos foram o advogado Miguel da Motta Silva Filho e a sua filha, Marcela, que tinha 5 anos na época.

Já as vítimas fatais foram a esposa do advogado, Maria Emília Guimarães, de 38 anos, o outro filho do casal, Miguel Neto, 3, e a babá Roseane Maria de Brito Souza, 23, que estava grávida.

Bate boca

O Jornal do Commercio informou que os ânimos entre a juíza e a promotora se exaltaram depois que o réu disse, entre lágrimas, que não era um assassino.

“Me diga, pelo amor de Deus, porque eu não sei dizer. Como uma pessoa olha para a minha cara e diz que eu sou assassino? Eu não sei como. Não tem explicação. Eu não tive oportunidade de defesa.”

Nesse momento, a advogada de defesa interrompeu a fala de João Victor e relatou à juíza que a promotora estaria fazendo gestos. O que foi confirmado por Eliane.

Então, a juíza Fernanda advertiu os dois lados. Depois, ela se dirigiu diretamente para a promotora. “Doutora promotora de Justiça, não grite comigo. Precisa gritar não, calma, contenha-se.”

“Continência a senhora não me determina. Cale a boca a senhora. Sente-se. A bancada de acusação, como um todo, por favor, contenha-se”, completou.

Depois, com os ânimos mais calmos, a juíza Fernanda retomou o julgamento. Porém voltou a se incomodar com a promotora Eliane Gaia.

“É preciso guardar o respeito neste Plenário, especialmente, a doutora promotora (em relação) à presidência desta sessão. Ok?! Doutora, por gentileza, vamos dar continuidade à sessão de forma silente (silenciosa) e inexpressiva. Eu estou mandando, estou determinando que se cale, eu estou determinando que a senhora obedeça às ordens desta presidência. O silêncio se impõe nesta sessão, neste momento. O respeito e a civilidade devem sempre prevalecer”, finalizou.