Um grupo de jovens viralizou nas redes sociais após ir fantasiado de “equipe da Globo” em um festival, em São José do Rio Preto (SP), no último dia 19. Em um vídeo postado no TikTok, que já alcançou mais de um milhão de visualizações, o jovem Rafa Demarchi mostra como eles e os amigos se planejaram.

Os rapazes confeccionaram camisetas parecidas com as usadas pela emissora, criaram crachás e microfone com os logos do G1 e da TV Globo, além de levarem uma filmadora de verdade ao evento.

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Uma publicação compartilhada por Rafa Demarchi (@rafademarchi)

Durante o festival, os rapazes entrevistaram outros participantes da festa e chegaram a acessar a área do palco enquanto a atração principal, o Dennis DJ, tocava. No vídeo, Rafa afirma que o grupo havia enganado a organização do evento e os produtores do artista para acessar o camarote.

No entanto, a assessoria de imprensa do Oba Festival informou à ISTOÉ que “em momento algum, os participantes invadiram espaços” do evento. Conforme a assessoria, os rapazes tinham os ingressos para o camarote premium do festival e foram acompanhados por funcionários da assessoria durante a festa.

Leia a íntegra da nota do festival

“A organização do OBA Festival, realizado em São José do Rio Preto/SP, informa que o grupo fantasiado de ‘equipe Tv Globo’ participou do evento de forma extremamente pacífica e alegre e foi observado o tempo todo pela organização. O OBA Festival tradicionalmente estimula a utilização de fantasias e o grupo citado foi muito criativo e, em momento algum, os participantes ‘invadiram’ espaços. A presença deles, assim como de outros grandes grupos de foliões fantasiados, foi levada na brincadeira com naturalidade dentro do conceito do evento que é de alegria e criatividade, mas sempre com respeito.”

Fantasia assim só de brincadeira

O advogado Flávio Fabiano, especialista em criminologia, alerta que caso os rapazes tivessem realmente usado a fantasia para burlar a segurança do evento e acessar o camarote de graça eles poderiam responder por uma série de crimes, como estelionato e falsidade ideológica.

Conforme o advogado, o “uso indevido e não autorizado de imagens, símbolos ou mesmo de uniformes/vestimentas” para se passar por uma emissora de televisão e acessar o camarote sem ser convidado configura crime de estelionato, conforme previsão do artigo 171, do Código Penal, com pena de 01 a 05 anos e multa.

Já o uso das credenciais falsas “para fins de comprovação de ligação” com a emissora pode ser enquadrado como crime de “falsidade ideológica, conforme disposto no artigo 299, cuja pena é de 01 a 05 anos, e multa, ou mesmo o ilícito de falsa identidade, nos termos do artigo 307, com detenção de 03 meses a 01 ano, ou multas”.

“Há também a possibilidade [do ato] ser configurado um ilícito cível, passível de condenação em reparação de danos morais e até materiais, se houver dano àquele que teve sua imagem vinculada de forma inconveniente”, explicou o advogado.