Na segunda-feira (17), a esteticista Isabella Vecchini, de 20 anos, publicou um vídeo na sua conta do Instagram no qual afirmou ter sido vítima de ofensas racistas enquanto estava na fila do supermercado Dia em Praia Grande, litoral sul de São Paulo. A jovem filmou o homem que a teria chamado de “incenso de macumba”. As informações são do G1.

https://www.facebook.com/watch/?ref=search&v=275302227863978&external_log_id=c8e0b078-39eb-40f1-96b3-b47e76a39550&q=Jovem%20enfrenta%20homem%20que%20a%20chamou%20de%20%27incenso%20de%20macumba%27%20em%20mercado%20de%20SP

“Eu estava na fila com duas amigas, que inclusive são testemunhas do que aconteceu. Estávamos no intervalo do serviço, com um pouco de pressa, porque às 12h tínhamos que atender alguns clientes. Fomos para outro caixa que estava mais vazio, e do nada chegou esse homem, alterado, reclamando que estava na fila e só tinha saído rapidinho. Aí, perguntei para outra moça que estava na frente se ele tinha saído e avisado a ela que voltaria. Ela disse que não, e nós (Isabella e o homem) discutimos”, disse a jovem em entrevista ao G1.

Segundo Isabella, no momento em que explicou para o homem que ele não poderia furar a fila, ele começou “a me ofender, disse que, com meu cabelo, ‘parece que saí do esgoto’, e me chamou de ‘incenso de macumba’. Minhas amigas falaram para ele que isso é racismo, e ele passou a soltar mais ofensas, mas não deu para entender todas”.

Foi nesse instante que a jovem pegou o celular e começou a gravar o homem que teria feito os insultos racistas.

“O moço do caixa passou as compras do homem tranquilamente, em nenhum momento interviu, ou disse que ele estava errado, ou chamou o gerente. Literalmente, aceitou a situação, e se manteve neutro. Aí, o cara foi embora.”

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Isabella informou que solicitou as imagens das câmeras de segurança para realizar uma notícia-crime contra o homem, porém o supermercado disse que só poderia fornecê-las por meio de um pedido judicial.

A Polícia Militar foi acionada, mas, como o suspeito não se encontrava no local, orientou a jovem para que registrasse um boletim de ocorrência junto à Polícia Judiciária.

Após a publicação do vídeo, Isabella afirmou que recebeu tanto mensagens de apoio quanto de ódio, que afirmavam que a jovem divulgou as imagens apenas para ganhar atenção.

“É chocante ainda ver que tem pessoas sugerindo isso. Quem quer ser vista por sofrer preconceito? Eu frequentava o mercado quase todos os dias, todos me conheciam, e ninguém interviu, continuaram seguindo suas vidas como se o que ele estava falando fosse normal.”

Ao ser questionado, o supermercado Dia informou, por meio de nota, que não compactua com qualquer tipo de atitude preconceituosa e vai colaborar com as investigações sobre o caso.


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