A Argentina já foi um dos países mais ricos do mundo. Mas, em algum momento, a nação tomou um rumo desfavorável, dando início a uma era de sucessivas crises.
A inflação, de 12,7% em setembro e 138% ao ano, é uma das mais altas do mundo. Saltou para os dois dígitos em agosto, quando o governo desvalorizou o peso em 20%.
Praticamente, não há crédito no país. Em outubro, o Banco Central elevou as taxas de juros para depósitos de 118% para 133% ao ano, para desestimular a fuga para o dólar.
O dólar blue, ou paralelo, pulou de 850 pesos para 1.050 na semana passada. No final de julho, sua cotação estava pela metade. A diferença com o dólar oficial, em 365 pesos, é um abismo.
Este ano, a Argentina sofreu com uma seca histórica que atingiu o campo, o principal setor exportador. Deixou de receber por isso cerca de 20 bilhões de dólares (cerca de 3 pontos do PIB).
Esse golpe levou o Fundo Monetário Internacional (FMI) a relaxar as metas do programa creditício de 44 bilhões de dólares (quase R$ 161 bilhões à época) que a Argentina realizou em 2018.
Para cumprir com seus compromissos, o país recorreu a um empréstimo do Catar, aos yuanes de um swap (troca de moedas) com a China e a um empréstimo do CAF.