Um vídeo que está circulando nas redes sociais nesta terça-feira (4) mostra um empresário, identificado como Maurício Lopes Fernandes, coagindo os funcionários da sua empresa de cerâmica a não votarem no ex-presidente Lula (PT) no segundo turno das eleições, em 30 de outubro. Ocorreu em São Miguel do Guamá, Pará.

No vídeo, divulgado pelo perfil Portal SMG no Instagram, o empresário afirmou que Lula não pode ganhar as eleições. “Eu sei que nem todo mundo aqui é Lula. Não sei se está divido (entre Lula e Bolsonaro). O que eu sei é que nós temos de nos unir, para que o Lula não ganhe, porque se isso acontecer São Miguel inteiro vai fechar. Eu vou fechar as minhas três cerâmicas se ele ganhar”.

“Então eu tenho uma proposta para fazer a vocês. Quem quiser pode dar o nome, porque se o presidente (Jair Bolsonaro – PL) vencer a eleição cada um de vocês vai ganhar R$ 200, é só vir aqui no dia seguinte”, completou o empresário.

Rio Grande do Sul

Esse não foi o único caso de coação que ganhou grande repercussão nas redes sociais nesta terça-feira.

Viralizou no Twitter um comunicado da Stara Indústria de Implementos Agrícolas, localizada no Rio Grande do Sul, no qual a empresa afirmou que cortaria os negócios com seus fornecedores caso o ex-presidente Lula vença no segundo turno.

Por conta disso os sindicatos da região notificaram o Ministério Público do Trabalho sobre o ocorrido. Após a grande repercussão, o diretor-presidente da Stara, Átila Stapelbroek Trennepohl, gravou um vídeo, que foi divulgado nas redes sociais, em que afirmou que o comunicado era apenas uma revisão das projeções da empresa.

“Nós planejamos o crescimento acima de 30% neste período de agosto e, devido a toda estabilidade econômica que estamos vivendo, estamos refazendo a projeção para 2023, o que é absolutamente natural dentro das empresas”, disse ele no vídeo.

Vale ressaltar que Gilson Trennepohl, diretor presidente da Stara, doou R$ 1 milhão ao todo nas eleições deste ano. Dentre essa quantia, R$ 350 mil foi destinada para a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL), e R$ 25 mil para Tarcísio de Freitas (Republicanos), que disputa o segundo turno pelo governo de São Paulo.

Além disso, Gilson Trennepohl é vice-prefeito da cidade de Não-Me-Toque, localizada no Rio Grande do Sul.