Um vídeo que está circulando nas redes sociais nesta terça-feira (4) mostra um empresário, identificado como Maurício Lopes Fernandes, coagindo os funcionários da sua empresa de cerâmica a não votarem no ex-presidente Lula (PT) no segundo turno das eleições, em 30 de outubro. Ocorreu em São Miguel do Guamá, Pará.
No vídeo, divulgado pelo perfil Portal SMG no Instagram, o empresário afirmou que Lula não pode ganhar as eleições. “Eu sei que nem todo mundo aqui é Lula. Não sei se está divido (entre Lula e Bolsonaro). O que eu sei é que nós temos de nos unir, para que o Lula não ganhe, porque se isso acontecer São Miguel inteiro vai fechar. Eu vou fechar as minhas três cerâmicas se ele ganhar”.
“Então eu tenho uma proposta para fazer a vocês. Quem quiser pode dar o nome, porque se o presidente (Jair Bolsonaro – PL) vencer a eleição cada um de vocês vai ganhar R$ 200, é só vir aqui no dia seguinte”, completou o empresário.
Rio Grande do Sul
Esse não foi o único caso de coação que ganhou grande repercussão nas redes sociais nesta terça-feira.
Viralizou no Twitter um comunicado da Stara Indústria de Implementos Agrícolas, localizada no Rio Grande do Sul, no qual a empresa afirmou que cortaria os negócios com seus fornecedores caso o ex-presidente Lula vença no segundo turno.
A empresa Stara está avisando seus fornecedores que demitirá parte de seus funcionários caso Lula ganhe no 2º turno. O dono é um dos princ. doadores de Bolsonaro e já foi beneficiado com + de R$ 2 BI pela sua gestão. Uma mão lava a outra e quem paga é o trabalhador! Isso é crime! pic.twitter.com/TVTK4t7C1h
— Fernanda Melchionna (@fernandapsol) October 4, 2022
Por conta disso os sindicatos da região notificaram o Ministério Público do Trabalho sobre o ocorrido. Após a grande repercussão, o diretor-presidente da Stara, Átila Stapelbroek Trennepohl, gravou um vídeo, que foi divulgado nas redes sociais, em que afirmou que o comunicado era apenas uma revisão das projeções da empresa.
Acabamos de apresentar uma denúncia ao MPT e ao MPE contra as empresas STARA e ExTRUSOR por coagirem seus trabalhadores a votar em Bolsonaro. Estaremos atentos a qualquer movimentação do empresariado reacionário do RS no sentido de fazer chantagem com seus trabalhadores! pic.twitter.com/7SgvTNgRRH
— Luciana Genro (@lucianagenro) October 4, 2022
“Nós planejamos o crescimento acima de 30% neste período de agosto e, devido a toda estabilidade econômica que estamos vivendo, estamos refazendo a projeção para 2023, o que é absolutamente natural dentro das empresas”, disse ele no vídeo.
Vale ressaltar que Gilson Trennepohl, diretor presidente da Stara, doou R$ 1 milhão ao todo nas eleições deste ano. Dentre essa quantia, R$ 350 mil foi destinada para a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL), e R$ 25 mil para Tarcísio de Freitas (Republicanos), que disputa o segundo turno pelo governo de São Paulo.
Além disso, Gilson Trennepohl é vice-prefeito da cidade de Não-Me-Toque, localizada no Rio Grande do Sul.