O empresário Renê da Silva Nogueira Junior, detido por matar um gari após uma briga de trânsito em Belo Horizonte (MG), recebeu a informação de que teve sua prisão convertida para preventiva em uma audiência realizada nesta quarta-feira, 13. Um vídeo compartilhado nas redes sociais mostra o momento em que o homem toma conhecimento de que permanecerá encarcerado e não parece demonstrar nenhum tipo de emoção.
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Confira vídeo:
Um vídeo mostra o momento em que o empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos, reage ao ser informado que permanecerá preso pela morte do gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44, em Belo Horizonte. As imagens foram registradas durante audiência de custódia realizada na… pic.twitter.com/wup7bb2Oqd
— O Tempo (@otempo) August 13, 2025
Foi aceito um pedido do MP-MG (Ministério Público de Minas Gerais) para que a prisão do empresário fosse convertida em preventiva. A Justiça entendeu que o acusado deve permanecer detido para “manutenção da ordem pública”, considerando a gravidade do crime e o histórico de Nogueira, que responde a outra ação penal por violência doméstica.
Como foi o crime
De acordo com o registro da ocorrência, um caminhão de coleta de lixo estava parado na esquina das ruas Jequitibá e Modestina de Souza, quando um carro BYD cinza vinha na direção contrária e se aproximou da coleta.
Renê teria sacado uma arma e ameaçado atirar na condutora do caminhão da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU). Logo em seguida, ele atirou contra o gari que estava trabalhando na coleta.
O trabalhador da limpeza urbana foi atingido na região do tórax, perto das costelas. O gari foi socorrido e encaminhado para o Hospital Santa Rita, em Contagem, mas não resistiu aos ferimentos.
Depois do disparo contra o gari, o empresário teria fugido em direção à avenida Tereza Cristina. O suspeito foi preso em uma academia de alto padrão do Bairro Estoril, na região Centro Sul da capital mineira.
Quem é Renê Junior?
Nogueira Júnior é casado com a delegada da Polícia Civil de Minas Gerais Ana Paula Lamego Balbino Nogueira, que está lotada na Casa da Mulher Mineira, unidade policial inaugurada em março de 2022. Ela é autora do livro intitulado Violência Doméstica e Políticas Públicas de Enfrentamento.
Antes da morte do gari, Nogueira Júnior mantinha presença ativa nas redes sociais. Após a repercussão, todos os perfis foram excluídos, incluindo o LinkedIn. Na rede social profissional, havia registros que ele tinha começado a atuar na Fictor Alimentos LTDA há menos de duas semanas. Ele se apresentava como diretor de negócios da empresa e, de acordo com a plataforma Lattes, já ocupou cargos de liderança em diversas multinacionais de bebidas e alimentos, como Red Bull, BRF, Ypê, Kraft Heinz, J. Macêdo e Ambev.
A Fictor Alimentos divulgou a seguinte nota na tarde desta terça-feira: “A Fictor Alimentos Ltda. esclarece que o prestador de serviços Sr. Renê Júnior, que havia iniciado suas atividades há menos de duas semanas, não mantém mais qualquer vínculo com a empresa. Reiteramos nosso repúdio ao ocorrido e manifestamos solidariedade à família e aos amigos da vítima, a quem expressamos nossos mais sinceros sentimentos.”
Nogueira Júnior dizia ainda ter graduações em Administração e Marketing pela PUC-Rio e Universidade Estácio de Sá, além de títulos de MBA em Gestão de Projetos pelo Ibmec e Bens de Varejo e Consumo pela USP. No Instagram, Renê tinha 30 mil seguidores e se apresentava como “cristão, esposo, pai e patriota”.
*Com informações do Estadão