Um vídeo que está circulando nas redes sociais mostra imagens impressionantes do momento em que ruralistas invadiram, na terça-feira (22), o plenário da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), onde ocorria a votação de um projeto de lei para taxar o agronegócio. Por conta da grande confusão, a sessão foi encerrada e remarcada para esta quarta-feira (23).

No vídeo, divulgado pelo canal no YouTube do Metrópoles, é possível ver os representantes do agronegócio andando pela Alego até o local onde ocorria a votação. No momento do tumulto, os parlamentares haviam rejeitado com 22 votos o requerimento apresentado pelo deputado Delegado Eduardo Prado (PL) no qual pedia a retirada das matérias sobre a taxação do agro na pauta do dia.

O presidente da Alego, o deputado Lissauer Vieira (PSD), chegou a avaliar o pedido, mas não pôde atendê-lo porque não havia sido enviado com 24 horas de antecedência, como determina as regras da Casa.

Lissauer então submeteu a solicitação aos demais parlamentares, que a rejeitaram. Nesse momento, os representantes do agro ficaram exaltados. Os seguranças da Alego tentaram impedir a entrada deles, mas não foi possível.

“Eu acho que o povo está tentando equilibrar a democracia. Quando um governo coage os deputados até contrário a vontade dos próprios não respeitando um setor tão importante como agronegócio que se sente traído, neste momento, o povo equilibra o processo porque não aceita mais goela abaixo tudo que se impõe a ela. Meus parabéns a eles!”, disse o deputado estadual Paulo Trabalho (PL), um dos autores do requerimento.

Projeto de lei de taxação do agro

O projeto de lei sobre taxar o agronegócio é de autoria do Governo de Goiás. Ele prevê a criação de uma contribuição sobre os produtos agropecuários para que o dinheiro arrecadado seja investido na manutenção da infraestrutura, como rodovias, pontes, aeródromos, entre outros.

Conforme o projeto, a taxa seria no máximo de 1,65% sobre os produtos agropecuários, Já o valor arrecadado seria administrado por um fundo que faz parte da Agência Goiana de Infraestrutura e Transporte de Goiás (Goinfra).

Contudo os detalhes dessa lei seriam definidos após a sua aprovação.