Uma menina brasileira de 11 anos, identificada apenas como Maria, foi agredida com socos na cabeça e chutes pelo corpo por uma outra estudante na escola pública Ruy D’Andrade, na cidade de Entroncamento, no distrito de Santarém, Portugal. O caso ocorreu na última sexta-feira (4), mas as imagens repercutiram recentemente na imprensa portuguesa. As informações são da coluna de Portugal Giro do O Globo.

A menina e a mãe, Silverlene Melo, viviam em São Gonçalo (RJ) e se mudaram para Portugal, em 2018, na esperança de terem mais segurança e uma educação melhor.

Silverlene contou que a filha é perseguida pelas outras crianças desde quando entrou na escola. A garota já foi chamada de feia e mandaram ela voltar para a sua terra.

Porém a mãe resolveu dessa vez realizar uma notícia-crime em uma delegacia local.

“Maria tinha um livro de uma série popular, ‘Death note’. E as crianças disseram que, por isso, Maria teria o poder de matar todo mundo. A partir daí, minha filha começou a falar com ela mesma que queria morrer e a turma passou a rejeitá-la.”

Maria relatou, em entrevista ao Portugal Ciro, que os episódios de violência são frequentes na escola. Também ressaltou que, depois da agressão, ficou com medo de voltar a frequentar as aulas.

“Estou bem, graças a Deus. Senti muitos olhares e (fiquei) um pouco mal. As alunas me culparam por minha mãe tentar me proteger e falaram que não deveria ter feito denúncia. Os professores me apoiaram, se preocuparam bastante, mas as alunas continuavam implicando um pouco”, disse Maria.

Depressão

Devido à perseguição que sofria, Maria passou a ter um comportamento estranho. Ao notar isso, a mãe resolveu levá-la para algumas consultas com a psicóloga brasileira Cíntia Oliveira, que diagnosticou a garota com tendência à depressão.

Perseguição online

No Natal de 2021, Maria recebeu mensagens de uma outra aluna por meio do aplicativo WhatsApp. Elas diziam para a brasileira se suicidar, que ninguém da turma a amava e que todos desejavam a sua morte.

Arquivo pessoal

O que diz a escola

A escola Ruy D’Andrade afirmou, à agência de notícias Lusa, que abriu uma investigação interna para apurar os fatos.

Também ressaltou que acionou uma “equipe técnica de psicologia para acompanhamento e apoio à aluna agredida e respectivos encarregados de educação”.

No entanto, essa fala foi rebatida por Silverlene. “Perguntei se a psicóloga conversou com ela, disse que não.”

A mãe decidiu que Maria será transferida para outra escola e ainda cogita a possibilidade de mudança para outra cidade em Portugal.