Uma cena do advogado Cláudio Dalledone, durante o julgamento de Luís Felipe Manvailer – condenado a 31 anos de prisão pela morte de Tatiane Spitzner – viralizou nas redes sociais. Na imagem, o advogado aparece no meio do júri “estrangulando” o pescoço de uma advogada de sua equipe. As informações são do G1.

A simulação foi feita na segunda-feira (10), em Guarapuava, na tentativa de convencer os jurados de que Manvailer não teria conseguido agir da forma descrita pela acusação. Tatiane Spitzner foi encontrada morta após cair da sacada do apartamento onde morava, em Guarapuava. O laudo atestou asfixia mecânica como causa da morte.

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Após a repercussão do vídeo, a Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Paraná (OAB-PR) informou que vai investigar a situação. Para a OAB-PR, “o papel dos advogados não se confunde com a figura do acusado, impondo-se à advocacia a atuação consentânea à sua honra, à nobreza e à dignidade da profissão”.

Em nota, a OAB-PR recomendou a reflexão sobre os limites da atuação em plenário, para que não ocorram exageros que comprometam a dignidade profissional. Por conta da simulação de esganadura no júri, “caberá ao setor ético disciplinar da instituição analisar as condutas verificadas, e após exercitada a ampla defesa, adotar as providências que se mostrem cabíveis”.

Simulação foi combinada

Ao G1, Dalledone disse que a simulação foi combinada com a advogada que faz parte da equipe do escritório dele. “Respeito a OAB-PR, mas não concordo. Respeito principalmente no tocante à mulher. Eu estava com uma profissional e mulher está onde ela quiser”, afirmou o advogado.

Dalledone disse ainda que tudo foi combinado e que é de praxe em julgamentos. “As dinâmicas de plenário são necessárias. Já fiz de 100 a 150 dinamizações com homem e nunca gerou tanta polêmica. Mas só posso fazer com homem? Mulher tem que estar onde ela quiser.” O advogado ressaltou ainda que “não houve violência, era tudo parte da defesa”.

Em um vídeo enviado ao G1 pela equipe de Dalledone, a advogada Maria Eduarda Lacerda disse que a viralização do vídeo a surpreendeu. “Se trata de uma situação corriqueira e normal no Tribunal do Júri. Tratava-se de uma situação treinada, previamente acordada com Cláudio Dalledone Junior, uma forma de apresentar a prova ao conselho de sentença”, comentou a advogada.

“Não me denegriu, não me deixou marcas. Eu me ofereci para participar. E se trata de algo corriqueiro para todos aqueles que sabem e atuam no Tribunal do Júri”, afirmou a advogada.