Três adolescentes denunciam terem sido vítimas de racismo ao serem perseguidos por um funcionário dentro da loja Fast Shop, rede especializada em eletrônicos e eletrodomésticos, no Shopping Pátio Higienópolis, em Higienópolis, bairro nobre de São Paulo. O caso teria ocorrido na última quarta-feira (20).

Os meninos gravaram um vídeo em que mostram o suposto segurança os perseguindo.

Na filmagem de pouco mais de dois minutos, o funcionário aparece ao menos sete vezes atrás dos jovens. “Seguinte, mano: tem um cara aqui olhando nós para todo lugar que nós vamos, então vão ficar olhando, mano”, disse um dos adolescentes na gravação, transmitida pelo telejornal “SP2”, da TV Globo.

“Aí o cara vem atrás, o cara vem atrás, ó”, reforça em outro trecho da gravação.

Em um relato indignado nas redes sociais, o jornalista Djalma Campos, pai de um dos adolescentes, disse que o filho e o sobrinho foram ao shopping Pátio Higienópolis para assistir ao filme “Minions 2” e, depois da sessão, se deslocaram, com um amigo, até a loja Fast Shop.

“E ali começou um problema que todo negro/negra, adulto ou criança, já enfrentou na vida: a perseguição por conta do racismo. Um homem — funcionário da Fast Shop — passou a persegui-los em vários ambientes da loja. Ao ser filmado pelo meu filho, ouviu a pergunta sobre o porquê da perseguição. Ele disse que era ‘gestor’ da loja. Traduzindo: ele é a pessoa que, ao olhar para um garoto negro, cria aquela régua que faz com que toda pessoa que tenha 1 grama de melanina na pele seja identificada como bandido ou potencialmente perigoso”, relatou Djalma.