SEUL, 16 FEV (ANSA) – O vice-presidente e herdeiro da Samsung, Lee Jae-Yong, foi preso nesta quinta-feira (16) acusado de corrupção, fraude e perjúrio no caso da “Rasputina”, segundo informou a agência sul-coreana “Yonhap”.   

A prisão ocorreu logo depois de o Tribunal do Distrito Central autorizar, após Lee prestar novamente depoimento. O empresário poderá ficar preso por 20 dias antes de ser indiciado formalmente.   

O chefe do maior conglomerado empresarial sul-coreano teria pago 43 bilhões de wons (US$ 36,42 milhões) para organizações ligadas a Choi Soon-sil, apelidada de “Rasputina sul-coreana” e amiga da presidente afastada da Coreia do Sul, Park Geun-hye, que é o centro do escândalo no país.   

A justiça acredita que o suborno de Lee foi realizado para garantir sua liderança na Samsung e a controversa fusão entre a companhia e a Cheil Industries Inc. de US$8 milhões apoiada pela National Pension Service (NPS) em 2015.   

Os promotores que trabalham no caso de corrupção que causou o afastamento de Park, pediram na última terça-feira (14) uma ordem de prisão contra Lee, depois que um tribunal local rejeitou uma solicitação prévia no mês passado.   

Na manhã de hoje, Lee se apresentou ao tribunal e prestou novo depoimento. A justiça havia argumentado que não conseguiu esclarecer se as doações foram feitas como parte de uma cadeia de favores.   

Além do crime de suborno, a promotoria acusa o empresário, de 48 anos, de peculato e perjúrio, por ter dado várias versões em seus depoimentos.   

Histórico O escândalo de corrupção na Coreia do Sul concentra-se em Choi Soon-sil, que é acusada de ter interferido em assuntos oficiais sem possuir cargo no governo e de ter aproveitado dessa influência e da amizade com a presidente Park para embolsar grandes quantias de dinheiro de companhias e conglomerados da Coreia do Sul, como Samsung, Hyundai e LG, que pagaram milhões de dólares de suborno através de fundações privadas criadas por ela.   

Segundo as investigações, Choi e Park teriam dividido entre si os lucros dos subornos conseguidos. O caso explodiu no país asiático de tal maneira que, em dezembro do ano passado, o seu Parlamento decidiu aprovar o impeachment da presidente, que atualmente está afastada. (ANSA)