Marco Antonio La Porta, vice-presidente do COB, revelou mais detalhes sobre a polêmica dos agasalhos que envolve o COB (Comitê Olimpico Brasileiro), a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e a marca esportiva Peak. Em entrevista exclusiva à Istoé, ele revelou que o coordenador das categorias de base da Seleção de futebol masculino, Branco, culpou os jogadores pela decisão de não usar o agasalho da Peak no pódio. Todos atletas olímpicos do Brasil tinham que colocar essa roupa por imposição do patrocinador, estabelecida em contrato, com termos assinados pelos atletas. Mas os jogadores de futebol receberam a medalha de ouro com o uniforme da Nike, patrocinadora da CBF.

+ Seleção de futebol quebra regra e cria atrito com patrocinador do COB

+ Brasil tem menos investimento, mas aproveita legado de 2016 e inclusão de novos esportes

+ Estados Unidos lideram quadro de medalhas de Tóquio; Brasil fica em 12º

“A postura foi inadequada. Eu tomei conhecimento que isso iria acontecer pouco antes da prorrogação. Esperei acabar jogo e fui até a direção da equipe, no caso o Branco. Ponderei, mas alegaram que era uma decisão dos jogadores”, contou La Porta.

O vice-presidente do COB indicou que não confia nessa versão de Branco. “Não entendo como a decisão pode ser dos jogadores se existe um comando. E tem uma regra a ser seguida, que foi seguida por outros atletas. Por que o futebol é diferente?”.

Diversos dirigentes do COB já confirmaram que o assunto será levado para Justiça, porque provavelmente a Peak vai exigir o pagamento de uma multa. La Porta prometeu que o Comitê vai até “as últimas consequências” para buscar o ressarcimento. E lamentou a dificuldade para renovar o contrato com a empresa a partir de agora.

“Estávamos finalizando o contrato de renovação. Então isso veio no pior momento possível. A Peak tem sido uma parceira boa. Conseguimos resgatar nossa imagem para os patrocinadores e, quando isso acontece, é ruim. Os atletas são impactados. E isso ainda desgasta a imagem da CBF que não é positiva ultimamente”, lembrou La Porta.

A Peak se manifestou nas redes sociais, esclareceu que não tem relação com a Nike e pediu que alguém seja responsabilizado pelo problema.

“Parabenizamos o time brasileiro de futebol. No entanto, esperamos que este confronto não esteja nas manchetes amanhã. Confirmamos que houve um rumor que a Nike seja uma marca secundária da Peak e que fazemos parte da mesma companhia. Aqui confirmamos que somos empresas diferentes e não tínhamos nenhuma intenção de combinar a camisa deles com nossas calças no pódio. Alguém deve ser responsabilizado por isso e por colocar a Nike em uma situação embaraçosa. Nós somos a Peak. Eles são a Nike. De qualquer forma, os atletas estão de parabéns”, informaram.