Vice-presidente da NBA na América Latina, Arnon de Mello é filho do ex-presidente Fernando Collor de Mello e um dos responsáveis pelo crescimento da liga norte-americana nos países latinos, principalmente no Brasil. Formado em economia pela Universidade de Chicago, com mestrado em administração pública em Harvard e MBA pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), o executivo está na associação há mais de 10 anos e conversou com a reportagem sobre os próximos passos do melhor campeonato de basquete do mundo.

Responsável por cuidar das parcerias de mídia, licenciamento e marketing da NBA na América Latina, Arnon disse à IstoÉ que hoje a liga norte-americana é consolidada no Brasil, mas que, há 11 anos, quando ele ingressou na associação, a modalidade ainda não contava com a mesma visibilidade.

“Olha, os 10 anos passaram rápido, mas quando eu olho para trás, quando estou nesse momento de celebração da NBA, da temporada, do basquete, do esporte, a gente vê o quanto a modalidade caminhou. Quando a gente iniciou, não era assim. Hoje, a gente vê a aderência da marca, a popularidade em todas as idades, então ficamos muito felizes com isso que aconteceu com o basquete, particularmente com a NBA aqui no Brasil”, disse Arnon de Mello.

O executivo também detalhou como funciona o processo de fixar a marca no Brasil, usando outros países como comparativo.

“Alguns países a gente usa estratégias diferentes. Por exemplo: No México, a gente foca muito no esporte da quadra, nós temos os jogos lá, a academia da NBA [NBA Academy], e tem muitos brasileiros que treinam por lá, se especializando no método da NBA de jogar. Também temos o time da G-League lá. Aqui a gente está um pouco mais distante fisicamente, então trabalhamos muito a marca e o que ela representa para os nossos fãs. Aqui tem a parte do basquete, obviamente, que é nosso produto principal, mas também tem o que o basquete representa para a cultura, essa ligação da modalidade com a música, com a moda, com outros esportes, como o futebol, por exemplo”, explicou.

“No final das contas, a nossa missão é incentivar as crianças, principalmente, a terem uma vida saudável, a começarem a jogar basquete, a se interessarem por jogar basquete e, se isso vem através do videogame ou de assistir aos jogos da NBA, tanto faz, o importante é que as pessoas iniciem sua vida saudável praticando o esporte”, acrescentou Arnon.

Durante o bate-papo, Arnon declarou que o crescimento da popularidade da NBA no Brasil também se deve a evolução do basquete nacional.

“O basquete sempre teve uma posição de, acredito eu, relevância. O basquete tem história no Brasil, tem serviços prestados, tem muitos resultados relevantes. Mas, durante um certo tempo, ficou um pouco afastado, vamos dizer assim, do interesse do grande público. A gente vê isso voltando e acho que muito pelo trabalho que a NBA vem fazendo de mobilização através do esporte em si, mas também no basquete nacional, que deu uma virada grande, coincidentemente há uns 10, 11 anos, quando foi montada a LNB (Liga Nacional de Basquete) e que hoje vai muito bem”, comentou.

“A gente tem uma relação ótima com a liga nacional, a gente vê neles uma importância muito grande em ter times relevantes participando, porque nós não estamos aqui com o basquete em si. A gente gosta muito de ter essa parceria com a liga local de basquete, com a confederação, podendo ajudar no que puder, para que a gente fortaleça cada vez mais o esporte”, finalizou.