O vice-presidente da Câmara, deputado Marcelo Ramos (PL-AM), vê como inevitável a insatisfação de setores da economia e dos bancos com o governo do presidente da República, Jair Bolsonaro. “Não é mais o caso daquele opositor do Bolsonaro porque ele fala muita besteira. A insatisfação é de uma parcela da população mais humilde porque o gás está a R$ 100, é da classe média porque a gasolina está R$ 7 e é do grande empresário e do banco que está vendo o capital sumir”, disse. “Quando as crises descem da consciência para o bolso, é quando a situação começa agravar.”

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), entrou em campo para atenuar o impacto político de um manifesto da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que pede a pacificação entre os três Poderes. Lira conversou por telefone no fim de semana com o presidente da Fiesp, Paulo Skaf.

Após a investida do presidente da Câmara, a divulgação do documento – que teve origem na Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e já havia reunido até o domingo, 29, mais de 200 assinaturas – deve ser adiada para depois do feriado de 7 de setembro, quando serão promovidos atos convocados por Bolsonaro e apoiadores.

Nos bastidores da Casa, a ação de Lira foi vista com uma atitude para tentar acalmar os ânimos das manifestações e não inflamar ainda mais os ânimos.

Há nos corredores do Congresso apreensão em relação aos atos que estão sendo convocados e suas consequências.

Um dos temores é que Bolsonaro possa radicalizar ainda mais seus discursos contra os demais poderes e ataques à democracia a depender do tamanho desses protestos.