Após revelar ter sido vítima de perseguição no PL após a filiação de Bolsonaro ao partido do mensaleiro Valdemar Costa Neto, o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM) protocolou uma ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em que pede sua saída do partido sem que perca o mandato.

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A medida revela detalhes do clima de caça às bruxas que se instalou na legenda desde a chegada do capitão. Dono de um perfil reconhecidamente autoritário, o mandatário nunca escondeu de ninguém o desejo de migrar para um partido, cujo controle estivesse em suas mãos para colocar em prática seu projeto de reeleição em 2022.

“Com a filiação do presidente Bolsonaro ao Partido Liberal e as consequentes mudanças de rumos do partido, o deputado Marcelo Ramos, que até então era respeitado pelo PL em suas manifestações, passou a ser visto com descrédito e a ser alvo de perseguição pessoal e política por parte de seus membros”, diz o texto da ação protocolada na Justiça Eleitoral.

Marcelo Ramos foi comunicado que seria obrigado a deixar a sigla no dia 7 de dezembro, uma semana depois do evento de filiação do mandatário à sigla. Na ocasião, Valdemar Costa Neto, presidente nacional da legenda, assegurou ao vice-presidente da Câmara a manutenção de seu mandato. Mesmo assim, o parlamentar decidiu mover a ação. O objetivo também é evitar que aliados de Bolsonaro não acionem a Justiça Eleitoral, solicitando que ele perca o mandato em razão da sua saída.

Na ação, o vice-presidente da Câmara cita ter sido atacado pelo coronel do Exército, Alfredo Menezes. O ex-superintendente da Suframa, autarquia federal ligada ao Ministério da Economia, que administra a Zona Franca de Manaus, também se filiou ao PL para acompanhar Bolsonaro. O coronel pretende ser candidato ao Senado no ano que vem.

“O posicionamento do coronel Menezes, nome vinculado ao presidente Bolsonaro, recém filiado do PL, o qual afirmou que Marcelo Ramos era “irresponsável, leviano e mentiroso”. E, em nova entrevista, datada de 2 de dezembro de 2021, defendeu que o deputado deveria sair do partido e se assumir ‘esquerdista’. Mais do que isso, afirmou: ‘eu disse que se essa imundice aí tivesse vergonha na cara e valores, que ele não tem absolutamente nada disso, ele já teria saído do partido. Ele fica com esse mimi aí pra enganar o povo’”, afirmou Ramos na ação enviada ao TSE.

Segundo ISTOÉ apurou, a tendência é que Ramos migre para o PSD, do ex-prefeito Gilberto Kassab. O que pesa a favor disso é a amizade que o vice-presidente da Câmara mantém com o senador Omar Aziz (PSD-AM), um dos principais líderes do partido no Amazonas. Ramos deve disputar a reeleição a deputado federal em 2022.