ROMA, 22 JUL (ANSA) – O ministro do Desenvolvimento Econômico e vice-premier da Itália, Luigi Di Maio, aumentou a pressão sobre o partido Liga e seu líder, o ministro do Interior e também vice-premier Matteo Salvini, para o governo aprovar a introdução do salário mínimo no país.   

A medida é uma das bandeiras do antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), mas enfrenta resistência da Liga, partido identificado com a elite industrial do norte da Itália. “Agora devemos dar mais dignidade aos salários, devemos acelerar a tramitação da proposta do salário mínimo por hora”, disse Di Maio em um vídeo publicado no Facebook no último domingo (21).   

Sua proposta prevê um pagamento mínimo de nove euros por hora (cerca de R$ 38 pela cotação atual), o que beneficiaria aproximadamente 3 milhões de pessoas que ganham abaixo desse valor, segundo estimativas do próprio ministro do Desenvolvimento Econômico.   

O “contrato de governo” entre M5S e Liga fala em estabelecer que “a hora do trabalhador não seja retribuída abaixo de uma certa cifra”, mas não especifica valores. “Todos dizem que são a favor do trabalho, mas, na realidade, quem aprovar essa lei será quem protege os direitos dos trabalhadores. Quem, por outro lado, está atrasando a proposta apunhala os trabalhadores”, acrescentou Di Maio.   

O projeto, no entanto, enfrenta resistência da Liga, que alega risco de se aumentar o custo para as empresas e agravar o desemprego na Itália, que hoje está ao redor de 10%. “Para criar trabalho, é necessário dar apoio às pequenas e médias empresas, e não criar novos custos”, disse o vice de Di Maio no Ministério do Desenvolvimento Econômico, Claudio Durigon, da Liga.   

Em meados de julho, Salvini também já havia dito que antes de impor um salário mínimo era preciso reduzir a “pressão fiscal e burocrática” sobre as empresas. A proposta do M5S chegará ao plenário do Senado nesta semana, mas o recesso de verão no Parlamento deve adiar a votação para depois de agosto.   

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O salário mínimo também é apoiado pela futura presidente da Comissão Europeia, a conservadora alemã Ursula von der Leyen, que pretende defender sua criação em todos os Estados-membros do bloco. Os 14 europarlamentares do M5S votaram a favor da indicação de Von der Leyen e foram determinantes para sua vitória, obtida com apenas nove votos de margem. (ANSA)


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