ROMA, 24 AGO (ANSA) – O vice-premier da Itália, Luigi Di Maio, ameaçou cortar os fundos destinados a União Europeia (UE), após os negociadores dos Estados-membros não chegaram a um acordo nesta sexta-feira (24) sobre o destino dos 150 migrantes a bordo do navio Diciotti, ancorado há quatro dias no Porto de Catânia. “Hoje, a União Europeia decidiu virar as costas para a Itália mais uma vez. Decidiram abandonar os princípios de solidariedade e responsabilidade, apesar do último Conselho Europeu ter assegurado que aqueles que desembarcam na Itália desembarcam na Europa”, escreveu Di Maio, em sua conta no Facebook.   

De acordo com fontes diplomáticas, o pedido de Roma para distribuir os deslocados internacionais pelo bloco não foi aceito por outros países, durante o conselho em Bruxelas.   

“A União Europeia não pretende respeitar os princípios acordados no último Conselho Europeu? Estamos prontos para cortar os fundos que damos à União Europeia. Eles querem 20 bilhões [de euros] dos cidadãos italianos? Para merecê-los precisam demonstrar e assumir o controle de um problema que não podemos mais resolver sozinho. As fronteiras da Itália são as fronteiras da Europa”, ressaltou.   

Para ele, “a Itália deve fazer um reparo unilateral”. “O Movimento 5 Estrelas se apresentou aos italianos com uma missão precisa e não temos a intenção de dar um passo para trás”.   

Segundo Di Maio, “os italianos não pedirão mais um centavo. Digo isto como o líder político, dado que a UE não respeita os acordos e não cumpre os seus deveres, nós, como força política, não estamos mais dispostos a dar-lhe os 20 bilhões por ano que eles reivindicam”, finalizou. (ANSA)