BRUXELAS, 23 JUN (ANSA) – O vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, conversou por telefone com seus homólogos de Israel, Gideon Sa’ar, e do Irã, Abbas Araghchi, na tentativa de impulsionar o retorno das negociações com os Estados Unidos, após o bombardeio contra instalações nucleares no país persa.
A conversa ocorreu antes de o chanceler italiano participar do Conselho dos ministros das Relações Exteriores da União Europeia, em Bruxelas.
“Falei há pouco com o ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, para insistir ainda mais em uma ação reativa que não atinja as bases americanas, a fim de tentar retomar o diálogo entre o Irã e os EUA”, afirmou Tajani.
O ministro italiano explicou ainda que propôs Roma novamente como sede das negociações e garantiu que seu país está trabalhando para uma redução da tensão na guerra no Oriente Médio.
“Reiterei que o Irã pode prosseguir com a energia nuclear civil, mas não com a energia nuclear militar, ou seja, não pode ter a bomba atômica”, enfatizou Tajani, acrescentando a necessidade de “retomada do diálogo direto entre os EUA e o Irã”.
Posteriormente, o vice-premiê italiano reiterou que “as bases italianas não foram usadas” para o ataque americano ao Irã e reafirmou que “manter o diálogo com Israel é essencial”.
“Nossa posição é diferente da de Madri: para nós, é essencial dialogar com Israel. Graças a esse diálogo, conseguimos retirar quase mil pessoas da Faixa de Gaza. Somos os únicos que conseguimos enviar um comboio da ONU para Gaza”, afirmou.
Segundo Tajani, “um diálogo aberto pode trazer resultados, porque escolhas irrealistas são inúteis e talvez visem a política interna dos países”. A Espanha chegou à reunião de hoje com a posição de pedir a suspensão do acordo com Israel e a imposição de sanções.
Durante a coletiva, o chanceler italiano também reforçou que a posição do governo de Giorgia Meloni é “avançar com Israel” e apelar pelo fim do conflito.
“Embora não concordemos com as escolhas feitas em Gaza devido à reação desproporcional, devido ao uso excessivo da força, é claro que pedimos um cessar-fogo imediato”, destacou.
Sobre a aprovação do Parlamento iraniano ao fechamento do Estreito de Ormuz, um centro estratégico entre os Golfos Pérsico e de Omã para a passagem de quase um terço do petróleo mundial, Tajani expressou “preocupação” e pediu ao país persa “para não intervir”.
Para o italiano, o bloqueio de Ormuz “poderia causar enormes prejuízos à economia, principalmente à iraniana, mas também a todos os outros países, incluindo a China”. (ANSA).