O vice-governador de Mato Grosso, Otaviano Pivetta, foi indiciado pela Polícia Civil de Santa Catarina, por lesão corporal leve contra a companheira, a advogada Viviane Kawamoto Pivetta. De acordo com o delegado Rafael Chiara, responsável pelo caso, o político teria agredido a mulher em um apartamento em Itapema (SC), no último dia 7. As informações são do G1.
Conforme a polícia, Pivetta foi preso em flagrante, mas negou as agressões. No dia seguinte, ele foi solto após pagar fiança de R$ 6,6 mil. Segundo o boletim de ocorrência do caso, a Polícia Militar foi chamada no apartamento do casal após uma ligação para o 190.
Aos policiais que foram até o local, Viviane teria relatado que o companheiro bateu a cabeça dela algumas vezes no sofá. Ela também mostrou vermelhidão no rosto, pernas e braço. Já Pivetta afirmou que a companheira mordeu a mão dele, mas que em nenhum momento houve agressão.
Na delegacia, no entanto, Viviane mudou a versão e disse que houve apenas uma discussão entre ela e o vice-governador. “Ela falou que eles brigaram e que ele [vice-governador] tinha agredido ela e que ela também tinha agredido ele depois, que na verdade ela teria se defendido”, disse o delegado ao G1.
Segundo Rafael Chiara, a advogada passou por perícia realizada por bombeiros que confirmou as lesões. Ao G1, a defesa do vice-governador destacou que o casal nega as agressões e classificou o caso como “uma fatídica noite de intempestividades, aliada à interpretação equivocada e draconiana da norma penal por parte da Polícia Militar de Santa Catarina” e que “redundaram na elaboração do noticiado boletim de ocorrência”.
Em nota, a Polícia Civil afirmou que “adotou todas as providências legais cabíveis e encaminhou o procedimento ao Judiciário, sendo essas as informações disponíveis a respeito”. O governo de Mato Grosso informou que não vai se manifestar sobre o caso.
Leia a íntegra da nota da defesa de Otaviano Pivetta
“1. O procedimento preliminar que tramita no Estado de Santa Catarina, atualmente sob fiscalização do Poder Judiciário catarinense, encontra-se sob a tarja do segredo de justiça, o que implica, via de regra, na impossibilidade de maiores considerações sobre os fatos lá tratados.
2. A despeito disso, considerando a divulgação reiterada pela imprensa, é forçoso realçar a fala pública do casal, inclusive com postagens em redes sociais, no sentido da inexistência de agressões a atrair a aplicação da legislação de regência.
3. Uma fatídica noite de intempestividades, aliada à interpretação equivocada e draconiana da norma penal por parte da Polícia Militar de Santa Catarina, redundaram na elaboração do noticiado boletim de ocorrência.
4. A realidade, entretanto, é absolutamente diversa e está sendo pormenorizadamente justificada perante as autoridades competentes em manifestação conjunta do casal que foi e voltou unido da Delegacia, retornando calma e pacificamente ao apartamento de veraneio.
5. A história irrepreensível de Otaviano Pivetta na esfera familiar depõe a seu favor como melhor e mais insuspeita testemunha, não havendo qualquer registro passado de incidentes desta natureza que justifique qualquer suspeita ou permita quaisquer pré-julgamentos.
6. A família é a maior prejudicada com a exploração excessiva de sua vida íntima e encarecidamente pede respeito e compreensão de toda a sociedade.
7. Sem possibilidade de maiores digressões em razão do sigilo imposto ao caso, a banca de defesa se limita a esclarecer em breves linhas o ocorrido, certa de seu arquivamento.”