Vice-almirante é preso no México por roubo e tráfico de combustível

Um vice-almirante e cinco marinheiros da ativa foram presos no México, além de ex-funcionários públicos e empresários vinculados a uma rede de tráfico de combustível roubado, uma prática criminosa que prospera no país, informaram as autoridades mexicanas neste domingo (7).

O roubo de gasolina, conhecido popularmente como “huachicoleo”, se tornou uma das principais atividades do crime organizado no México. O combustível costuma ser extraído de dutos da empresa estatal Petróleos Mexicanos (Pemex).

Os detidos são o vice-almirante Manuel Roberto Farías Laguna e outras 13 pessoas, cinco delas militares da Marinha mexicana, anunciou o secretário de Segurança, Omar García Harfuch, durante uma coletiva de imprensa.

As prisões estão relacionadas com a apreensão, em março, de 10 milhões de litros de diesel roubado no estado de Tamaulipas, no norte do país, detalhou.

O governo da presidente Claudia Sheinbaum fez do combate à corrupção, uma chaga no México, uma de suas prioridades.

O vice-almirante Farías Laguna chegou a ocupar o cargo de secretário particular do chefe de Estado-Maior Geral da Marinha e, de acordo com a imprensa mexicana, era próximo do almirante Rafael Ojeda Durán, secretário da Marinha durante o governo do presidente Andrés Manuel López Obrador (2018-2024), antecessor de Sheinbaum e seu correligionário.

As investigações relacionadas com esta apreensão, “uma das maiores da história recente”, revelaram a existência de “uma organização dedicada ao roubo e comercialização ilegal de hidrocarbonetos”, integrada por autoridades e empresários, acrescentou Harfuch.

Entre as pessoas presas também estão ex-funcionários da alfândega, informou o secretário.

“Estas guinadas são necessárias para defender nosso compromisso com a sociedade […] Por nenhum motivo vamos tolerar a corrupção”, declarou o atual secretário da Marinha, Raymundo Morales, na mesma coletiva de imprensa.

O secretário de Segurança ressaltou que a “estrutura criminosa” capturada utilizava documentos apócrifos para facilitar o translado de combustível roubado com a participação de empresas de transporte, agências da alfândega e funcionários públicos.

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