Fato inédito ocorrido na semana passada: a empresa americana SpaceX lançou uma cápsula rumo à Estação Espacial Internacional (ISS). Nessa missão ainda há a participação da Nasa, justamente por ser um experimento completamente novo o fato de um módulo particular se acoplar a um objeto tão importante que já está no espaço — ou seja: o conhecimento, a experiência e segurança da agência espacial dos EUA se faz imprescindível nesse engatinhar de uma nova era. A cápsula foi lançada pelo foguete Falcon 9, a fase inicial do voo se deu em vinte sete horas e, na sequência, o módulo alcançou o seu destino. A missão conta com uma equipe de seis astronautas (todos da Nasa), sendo que quatro deles flutuaram no cosmos em gravidade zero para conseguirem ter acesso ao interior da ISS. Outras pequenas iniciativas de parceria já foram realizadas entre a Nasa e a SpaceX, mas tudo pouco significativo. A viagem que se faz agora, ao contrário, devido ao seu alcance e importância do trabalho na ISS, torna-se de fato a inauguração de um novo tempo para a humanidade. O próprio proprietário da empresa, o bilionário Elon Musk, declarou que os eventos anteriores foram meros testes que serviram de aperfeiçoamento. “O trabalho conjunto da NASA com a indústria privada americana está mudando o arco da história dos voos espaciais humanos”, afirmou Phil McAlister, diretor de desenvolvimento de voos da agência.

POLÍTICA
Eleições da diversidade

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As eleições municipais deram um novo recado para o conservadorismo no campo da democracia de gênero: nunca tantas pessoas trans haviam sido eleitas para câmaras de vereadores. Em São Paulo, por exemplo, Erika Hilton foi escolhida por cinquenta mil paulistanos e tornou-se a primeira mulher trans negra a conquistar mandato. Mais: ela foi a candidata que recebeu maior número de votos. Tammy Miranda, um homem trans, ficou entre os dez mais votados em São Paulo. “Deve ser vergonhoso para uma família tradicional ouvir que a filha admira uma travesti”, disse Duda Salabert, a primeira vereadora trans eleita em Belo Horizonte. Ao todo, foram eleitos vinte e três trans, em sete estados.

Karime Xavier

CULTURA
E você, já ouviu Amanda?

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Desembarca nas plataformas digitais o primeiro álbum da carioca Amanda Magalhães (foto). Chama-se Fragma e é um dos melhores trabalhos lançados em 2020. Amanda tem música boa no DNA: é neta de Oberdan Magalhães, fundador da famosa Banda Black Rio. E foi justamente essa genética musical que fez com que ela seguisse o caminho artístico. “O único lugar que eu me sentia segura para criar era na solidão da minha garagem”, diz a cantora, compositora e produtora. Desses momentos solitários saiu um álbum com ilustres participações — entre elas, as de Seu Jorge e Liniker. “Ela é a nova voz de um berço esplêndido da música negra brasileira”, disse o consagrado compositor Ed Motta. Liniker, que canta com Amanda “Talismã”, resume a parceria: “é chamar alguém para lapidar uma joia”. Fragma contém nove músicas e uma grande originalidade: todas elas tematicamente se entrelaçam. Amanda inaugura, assim, uma nova fase da música brasileira.

491 mulheres sofreram discriminação racial no Rio de Janeiro em 2019. O levantamento é do Instituto de Segurança Pública

15% delas eram empregadas domésticas

BRICS
Vladimir Putin elogia Jair Bolsonaro

Na terça-feira 17, durante reunião virtual do Brics, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, elogiou a gestão do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro. Eles são idênticos no personalismo, no autoritarismo, nos preconceitos como a homofobia e no desejo de se perpetuarem no poder. Dentro de um amplo contexto político, Putin disse que Bolsonaro expressa “as melhores qualidades masculinas e de determinação”. O mandatário brasileiro publicou tais palavras em suas redes sociais.