O astroturismo é provavelmente uma das mais eficazes formas de aproximar o turismo e os turistas da natureza. Isso porque o principal recurso é um céu noturno de alta qualidade, muito sensível às condições atmosféricas e à poluição luminosa, o que significa deslocar-se para locais que não sejam comprometidos com a massificação e geograficamente fora do tradicional. Podemos considerar um tipo de turismo assim, mais significativo.

Porque além da imersão em um cenário que para nós foi substituído pelos prédios e arranha céus de São Paulo (quem consegue ver estrelas do céu de uma cidade tão grande, ocupada e iluminada?) é um tipo de turismo preocupado com os grandes dilemas do século 21, e interessado em ciência e preservação.

Sendo assim, os destinos precisam oferecer o famoso “dark sky”, que representa baixa poluição luminosa, e precisam também ter o reconhecimento da IDA – International Dark-Sky Association. A ideia é a contemplação, seja em museus astronômicos, planetários e observatórios ou apenas deitar no chão e ficar horas e horas olhando para o céu.

Alto Paraíso de Goiás – Goiás – Brasil

Alto Paraíso de Goiás - Goiás - Brasil
Fotos: Divulgação

O observatório astronômico Bellatrix possui uma plataforma de sete metros de altura de frente para os dois horizontes de toda a serra do mar com vista durante o dia para o Pico Marumby, Pico Paraná e Anhagava. Construído com pilar independente para evitar a vibração das pessoas caminhando sobre a plataforma, o observatório possui um domo com telescópio elevado a 8m de altura e 982m de altitude.

Deserto do Atacama – Chile

Deserto do Atacama

São 300 dias, em média, de céu puro, claro e limpo a cada ano – possíveis por diversas características da região. Na região estão os mais poderosos observatórios científicos do mundo. Projetos como ALMA, Tololo e Paranal, que podem ser visitados mediante agendamento prévio (com bastante antecedência).

Salar do Uyuni – Bolívia

Salar do Uyuni

São céus verdadeiramente escuros, mas ali é necessário um operador turístico para não se perder na planície gigante de sal, e levar para pontos astronômicos que incluem chuvas de meteoros, planetas visíveis, a Via Láctea e as Nuvens de Magalhães. Devido à planície ser extremamente plana, a luz se propaga muito longe, e você precisará de tempo para que seus olhos se ajustem assim que chegar ao local.

Parque Estadual do Desengano – Rio de Janeiro

Parque Estadual do Desengano

A 260 quilômetros ao norte do Rio, é o primeiro “parque de céu escuro” da América Latina. E a geografia ajuda. O parque se estende por montanhas, vales, florestas e campos. A altitude varia entre 600 e 1.671 metros (altura do Pico do Desengano) e o entorno da unidade de conservação é praticamente desabitado. As montanhas formam uma espécie de escudo, que protege o parque da luz das cidades. Além disso, a serra com o nome do parque é o maior trecho contínuo de Mata Atlântica do Norte Fluminense.

Parque Nacional San Pedro Mártir – Baja California – México

Parque Nacional San Pedro Mártir

Um dos países com maior variedade para desfrutar do astroturismo. Na Baixa Califórnia, a 2.800 metros acima do nível do mar, o Observatório Astronômico Nacional permite acampar ao redor dele no Parque Nacional San Pedro Mártir, um dos melhores lugares do Hemisfério Norte para olhar para o céu. Ou na extinta cratera do vulcão Sierra Negra, dentro do Parque Nacional Pico de Orizaba a mais de 4.500 metros acima do nível do mar.

Mauna Kea – Havaí – EUA

Mauna Kea - Havaí - EUA

O topo do vulcão Mauna Kea é o ponto culminante do arquipélago havaiano, com os mais precisos telescópios do mundo, que permitem observar o céu como em nenhum outro lugar do planeta. Isolado no Pacífico, privilegiado pelo céu sem poluição, o observatório WM Keck, com suas lentes instaladas a 4.205 m, atrai a atenção de astrônomos do mundo todo.

Chaco Canyon – New Mexico – EUA

Chaco Canyon - New Mexico - EUA

Localizado em um desfiladeiro no deserto, horas fora de Albuquerque – a capital de Nova México, o parque abriga maravilhas arqueológicas centenárias, incluindo pinturas rupestres e o Pueblo Bonito, uma grande casa nativa americana de 1.100 anos. Foi oficialmente designado como Dark Sky Park em 2013, embora seu legado de observação de estrelas seja muito mais antigo.

Deserto de Wadi Rum – Jordânia

Deserto de Wadi Rum - Jordânia

Cenário de vários filmes de ficção científica como “Missão: Marte” e “Rogue One: uma história Star Wars”. O deserto é chamado também de Deserto de Lawrence da Arábia. O Wadi Rum é uma área protegida de aproximadamente 720 km quadrados com paisagem dramática e selvagem com muitas dunas, montanhas e cânions.