16/12/2024 - 5:00
Da hemorragia intracraniana detectada na segunda-feira, 9 à entrevista concedida no domingo, 15, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) passou seis dias no hospital Sírio Libanês, em São Paulo, para sua segunda internação desde que tomou posse pela terceira vez no cargo.
Neste texto, o site IstoÉ relata os fatos que marcaram o período do petista na unidade.
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Internação fora do previsto
No início da semana, Lula foi a uma unidade hospitalar de Brasília com mal-estar e fortes dores de cabeça. Os exames de imagem mostraram uma hemorragia intracraniana, decorrente de um acidente doméstico sofrido pelo mandatário em 19 de outubro.
“Comecei a me sentir mal na segunda-feira. Estava com dores de cabeça, olhos vermelhos, muito sono e me sentindo estranho. Decidi chamar minha médica [Ana Helena Germoglio] (…) Essa equipe de São Paulo avaliou minha tomografia e pediu que eu viesse urgentemente para cá“, contou o presidente.
Com a ordem médica, Lula viajou de forma emergencial à capital paulista para a realização de uma trepanação no Sírio Libanês. “Confesso a vocês que fiquei assustado com a urgência que me pediram para vir para cá. Ao chegar, nem sei quanto tempo a cirurgia durou. Graças a eles [médicos], a Deus, à [primeira-dama] Janja e aos enfermeiros que cuidaram de mim, estou certo de que estou curado, mas preciso me cuidar“, disse o político após receber alta.
Depois da cirurgia emergencial, o quadro evoluía normalmente, conforme registravam os boletins médicos. Já na quinta-feira, 12, ele foi submetido a um segundo procedimento para interromper o fluxo sanguíneo em uma parte do cérebro e evitar novos sangramentos.
A essa altura, o site IstoÉ reportou a preocupação de parlamentares aliados com a saúde do chefe do Executivo. Um dia depois, Lula deixou a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e apareceu pela primeira vez desde a internação em um vídeo caminhando pelo hospital. O entorno do político buscava evitar apreensão pública e Lula nem sequer transmitiu o cargo ao vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), como mostrou o PlatôBR.
A mesma tônica era adotada pela equipe médica, que relatava a evolução clínica do paciente e projetava alta para os “próximos dias”. Neste domingo, 15, ela aconteceu. “Preciso ficar pelo menos uns 60 dias mais ou menos tranquilo, mas posso voltar a trabalhar normalmente”, afirmou Lula. “Volto inteiro para cuidar do Brasil”, concluiu, ao declarar aptidão física para ocupar a Presidência.
Os próximos passos
De acordo com o cardiologista Roberto Kalil Filho, Lula não retorna a Brasília e terá de ficar em São Paulo até quinta-feira, 19, para monitoramento.
“É uma alta hospitalar, não uma alta médica. Natural que haja exigência de acompanhamento e algumas restrições, mas nada que impeça as atividades do cargo”, disse o médico.
Entre as restrições mencionadas, o presidente deve ficar afastado de atividades físicas e não poderá fazer viagens internacionais até segunda ordem.