O que as cidades de Quairading, na Austrália, Tulsa, nos Estados Unidos, Calábria, na Itália e Albinen, na Suíça, têm em comum? Aparentemente nada. Somente o fato de atualmente não terem mão de obra especializada suficiente para atender necessidades econômicas. O pacato município de Quairading, por exemplo, tem cerca de mil habitantes e precisa com urgência de médicos generalistas. Tal demanda é premente por dois motivos. Primeiro, porque demora cerca de uma hora para transportar um enfermo a um hospital com capacidade para atender casos complexos. Depois, o médico de família que atende a população pretende deixar o país nos próximos dias. Para resolver o problema o governo está oferecendo salários de R$ 3 milhões anuais e moradia com quatro quartos aos profissionais.

Estados Unidos e Europa se destacam por serem destinos permanentemente desejados por imigrantes que sonham prosperar financeiramente ou apenas sobreviver com dignidade, mas que, na maioria das vezes, não conseguem. Mesmo os EUA sendo o paraíso das oportunidades profissionais, no país existem lacunas econômicas a serem preenchidas. Com o programa Tulsa Remote, a administração local pretende levar pessoas de quaisquer nacionalidades para morar e, assim, dinamizar o comércio. O incentivo é de US$ 10 mil (o equivalente a R$ 52 mil) mensais. Na Itália, a Calábria é somente um dos muitos exemplos onde o contingente de idosos é significativo, e a pouca mão de obra jovem tende a se aventurar em outras localidades. A ilha da Sardenha receberá até mil pessoas pagando R$ 75 mil mensais individualmente. Na Calábria, a gestão municipal garante R$ 170 mil e, se o migrante abrir um negócio, o financiamento aumenta. Em alguns casos, os candidatos não precisam se preocupar com as questões burocráticas. “Apesar de serem nações desenvolvidas com alta qualificação de mão de obra, estão encontrando dificuldade de preencher vagas para trabalhos manuais, repetitivos”, afirma o economista Roberto Giannetti da Fonseca.

QUAIRADING Emergência de saúde: cidade australiana vai ficar sem médicos (Crédito:Divulgação)

Para pequenos povoados como Albien, perder moradores por qualquer motivo faz muita diferença. Recentemente, o lugarejo montanhoso de céu azul e ar puro, teve uma baixa de três famílias e, agora, conta com cerca 300 moradores. Para quem se dispuser viver em Albien, o projeto prevê o pagamento de 25 mil francos ou R$ 138 mil, ao mês. O valor sobe ao tratar-se de casal e, se optarem por ter filhos suíços, a verba aumenta. A única imposição é a de morar lá por dez anos.