Depois de ter retomado a posição de principal acionista da Via Varejo, o empresário Michael Klein tem em mente recuperar “a imagem e o histórico” das marcas Casas Bahia e Ponto Frio, fazendo com que elas cresçam em penetração de mercado e “voltem às origens”, mas incorporando novas estratégias digitais. Em café da manhã com jornalistas, o presidente do conselho de administração da Via Varejo reiterou que pretende retomar o crediário, que ficou escanteado na gestão antiga da companhia, só que “de uma forma digital” (será tudo no celular).

Segundo ele, o grande trunfo da companhia nessa empreitada é o histórico já construído. “Temos 30 milhões de CPFs cadastrados de pessoas que já compraram no carnê. Muito disso é não bancarizado”, afirmou ele.

Membros da nova diretoria da varejista viajaram nesta semana para a China para conhecer soluções de meios de pagamento e pensar em maneiras de, eventualmente, “tropicalizá-las”.

A ideia é que, no primeiro trimestre de 2020, a Via Varejo já esteja com a casa “em ordem”, com as reformas necessárias já executadas e com sistemas bem integrados, disse Klein.

Questionado sobre como pretende capturar o novo cliente digital, que talvez não tenha as marcas da Via Varejo como referência na hora da compra, o empresário afirmou que a aposta estará nas propagandas via redes sociais.

Sobre a Amazon, que recentemente lançou o serviço Amazon Prime por aqui, ele destacou que “não duvida da capacidade” da gigante, mas disse que esperará para ver como a empresa se sairá num país tão grande como o Brasil sem ter capilaridade ainda. “A Amazon é muito forte em marketplace, é diferente das outras redes que têm frota própria, CDs. Até eles montarem tudo, vai demandar um tempo muito grande”.

Na Via Varejo, a estratégia para marketplace será disponibilizar produtos que sejam complementares aos já vendidos pelas marcas da companhia, disse Klein.