O piloto alemão de Fórmula 1 Sebastian Vettel, de 32 anos, deixará a Ferrari no final da temporada 2020, tendo fracassado até agora na tentativa de dar à escuderia italiana um título mundial – informou a escuderia italiana nesta terça-feira (12), sem anunciar o nome de seu sucessor.

“É uma decisão que foi tomada de comum acordo por nós mesmos e por Sebastian, e as duas partes consideraram que era do interesse de ambos. Não foi uma decisão fácil de tomar, devido ao valor de Sebastian como piloto e como pessoa”, disse o chefe da equipe, Mattia Binotto, citado no comunicado.

“A equipe e eu nos demos conta de que já não desejamos seguir juntos além do fim da atual temporada”, afirmou Vettel.

Embora o anúncio tenha pego o mundo da Fórmula 1 de surpresa, num momento em que a temporada sequer começou devido à pandemia do coronavírus, os rumores de uma possível saída do piloto alemão surgiam com regularidade na imprensa especializada há semanas.

E estes rumores apontavam para um desacordo sobre a duração do novo contrato, com a Ferrari propondo apenas mais um ano de vínculo e um salário reduzido.

Vettel, porém, afirmou nesta terça-feira que “os motivos financeiros não tiverem peso na minha decisão”.

Após ser contratado pela Ferrari em 2015 como sucessor do espanhol Fernando Alonso, Vettel não conseguiu dar um título mundial à lendária escuderia italiana.

O último título mundial de pilotos da Ferrari pertence ao finlandês Kimi Räikkonen, conquistado em 2007.

– Na sombra de Leclerc –

Mattia Binotto, certamente sem querer, acabou citando a falta de títulos de Vettel nesta terça-feira ao lembrar que “em nossos cinco anos juntos, (Vettel) terminou três vezes entre os três primeiros do campeonato, trazendo uma contribuição significativa para a presença constante da equipe no pódio do mundial de construtores”.

O alemão conquistou quatro títulos mundiais com a Red Bull (2010, 2011, 2012, 1013) e 53 vitórias na carreira, 14 delas com a Ferrari, um número decepcionante para a escuderia italiana.

Apresentado no início da carreira como um jovem prodígio, capaz de brigar de igual para igual com o compatriota Michael Schumacher e seus cinco títulos com a Ferrari, Vettel sofreu no ano passado com o surgimento meteórico de Charles Leclerc, seu companheiro de equipe.

O monegasco tomou à força o protagonismo na equipe e se impôs como principal piloto da Ferrari, conquistando duas vitórias (contra uma de Vettel) no ano e terminando na frente do veterano alemão na classificação do Mundial de Pilotos.

Leclerc ficou na quarta colocação do campeonato, enquanto Vettel foi o quinto colocado, seu pior resultado desde que se tornou piloto da Ferrari.

Leclerc, 22 anos, ampliou em dezembro seu contrato com a Ferrari até 2024, mostrando ter sido escolhido pela escuderia de Maranello como o piloto do futuro.

– Possível sucessor –

Entre os pilotos cotados para substituir Vettel está o hexacampeão do mundo Lewis Hamilton, que tem contrato com a Mercedes somente até o fim de 2020. Mas o britânico tem demonstrado vontade de permanecer na equipe alemã, com a qual conquistou cinco títulos mundiais (2014, 2015. 2017, 2018, 2019).

Também surgiram nomes como o do australiano Daniel Ricciardo, atualmente na Renault, do espanhol Carlos Sainz (McLaren) e do italiano Antonio Giovinazzi (Alfa-Romeo).

Este anúncio acontece no momento em que a temporada de Fórmula 1 de 2020 ainda não começou devido à pandemia do coronavírus.

O futuro de várias equipes da Fórmula 1 está ameaçado pela crise econômica provocada pela suspensão da temporada.

 

jld/psr/tt/am

FERRARI NV