Quando foi incluído no programa olímpico, o golfe ganhou uma prova masculina e uma feminina. Mas a realidade do esporte, porém, é que o espaço dado às mulheres é muito inferior ao dos homens. Basta ver que, na temporada 2016, a tailandesa Ariya Jutanugarn, líder do ranking feminino, recebeu US$ 2,5 milhões em premiações, contra US$ 9,3 milhões do americano Dustin Johnson. Quarenta e seis homens passaram dos US$ 2 milhões em prêmios, contra duas mulheres, apenas.

Diferente de todas as outras modalidades olímpicas, porém, os circuitos masculino e feminino do golfe são absolutamente separados, o que permite a organizadores diferentes pagarem premiações tão discrepantes, mantendo viva a misoginia.

Enquanto isso, porém, uma nova fronteira passou a ser debatida. Alguns clubes ditos tradicionais não aceitam mulheres entre suas sócias. E um deles, o Kasumigaseki Country Club, será a sede das competições de golfe nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020. Lá, mulheres não podem ser sócias e também são proibidas de jogar aos domingos, dia de maior movimento.

Quando o tema veio à tona, o governador de Tóquio, Yuriko Koike, exigiu que essa política fosse revista. O comitê organizador, em seguida, fez a mesma cobrança, sob a pena de tirar a competição do local. Nesta segunda, porém, o clube afirmou que está aberto a alterar essa regra, se o Comitê Olímpico Internacional (COI) solicitar.

O problema é que alterar essa regra normalmente depende da votação de sócios e ele nem sempre estão dispostos a abrir mão do preconceito. No ano passado, em Edimburgo, na Escócia, os tenistas locais rejeitaram a permissão para mulheres serem sócias do Muirfield Golf Club. Como consequência, o local não pode mais receber o Open Championship, um dos quatro eventos Major do golfe.