22/08/2024 - 9:17
Quando Mozzi, um goldendoodle de cinco anos, começou a andar de forma estranha, seu tutor o levou ao veterinário na Coreia do Sul, onde o diagnóstico foi feito por inteligência artificial (IA) e não por um humano.
A Coreia do Sul, líder global na produção de semicondutores de IA, adotou rapidamente os novos usos da tecnologia.
Um desses dispositivos, o ‘X Caliber’, ajuda os veterinários a detectar anormalidades nos raios X em segundos, tornando os diagnósticos mais rápidos e fáceis de explicar.
A leitura dos raios X de Mozzi revelou uma luxação no joelho. Não era uma emergência, mas exigia cuidados para evitar a cirurgia.
“Eu não teria entendido os resultados se não olhasse os números”, disse Mo Jae-hyun, tutor de Mozzi. O programa de IA o ajudou a entender o problema de seu animal de estimação.
A criadora do software, a empresa sul-coreana SK Telecom, disse que o ‘X Caliber’ tem uma taxa de detecção de doenças de até 86%.
Muitos veterinários acreditam que a IA transformou a capacidade de diagnóstico.
“Cães com doenças cardíacas, por exemplo, tendem a ter corações aumentados. Usamos um método chamado VHS (tamanho cardíaco vertebral), que antes exigia medição manual”, disse Oh I-se, diretor do Sky Animal Medical Group.
Com a IA obtemos o resultado em 15 segundos, então é “muito mais conveniente”, disse Oh.
A SK Telecom chama o ‘X Caliber’ de “o início da saúde pela IA”, disse Joo Ye-seul, gerente da equipe de software da empresa.
“Planejamos expandir para outros domínios a partir disso”.
O serviço já está disponível nos Estados Unidos, Austrália e alguns países do Sudeste Asiático.
Kristanya Oen, proprietária de um hospital veterinário na Indonésia, diz que o ‘X Caliber’ a ajuda a superar a falta de profissionais capacitados.
“Há uma escassez de radiologistas nos hospitais veterinários na Indonésia e não é fácil receber formação radiológica na Indonésia, por isso precisamos do ‘X Caliber’ para ajudar nos nossos diagnósticos”, disse Oen.
A SK Telecom faz parte do mesmo conglomerado da SK Hynix, que lançou os primeiros semicondutores de banda larga que podem acelerar o processamento de dados e executar as tarefas complexas de IA generativa.
Não é surpreendente que a utilização da IA na saúde comece com os animais na Coreia do Sul, onde cada vez mais pessoas têm ‘pets’ em vez de crianças.
A posse de animais de estimação duplicou na última década neste país, com uma das taxas de natalidade mais baixas do mundo.
Portanto, a indústria de cuidados com os bichos faturou 6 bilhões de dólares em 2022 (31 bilhões de reais na cotação da época), um aumento de quatro vezes em cinco anos.
O governo pretende duplicar esse valor até 2027 e oferece benefícios fiscais e incentivos para apoiar empresas de alimentação animal e serviços veterinários.
Empresas sul-coreanas trabalham em novas formas de integrar a IA aos cuidados com animais de estimação, incluindo “banheiros inteligentes” para detecção precoce de doenças urinárias ou “coleiras inteligentes” que monitoram a frequência cardíaca e a temperatura corporal.
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