O veterano da Marinha dos Estados Unidos que atropelou nesta quinta-feira pedestres na Times Square, em Nova York, matando uma mulher e ferindo outras 22 pessoas, foi acusado de homicídio e tentativa de homicídio nesta sexta-feira.

Richard Rojas, um ex-eletricista da US Navy de 26 anos e oriundo do Bronx, foi preso no local e posteriormente acusado de homicídio qualificado e 20 acusações de tentativa de homicídio, informou a polícia.

O incidente ocorrido na quinta-feira provocou medo na capital financeira dos Estados Unidos após os ataques mortais com carros em Londres, Berlim e na cidade francesa de Nice, mas as autoridades disseram que não havia provas de que esse incidente estava relacionado com o terrorismo.

Rojas atropelou os pedestres com seu Honda Accord. Após seu fatal percurso pela Sétima Avenida, na interseção da 45 West com a Broadway, o carro bateu em postes, ficou apoiado sobre duas rodas e começou a pegar fogo.

A mulher morta foi identificada pela polícia nova-iorquina nesta sexta-feira como Alyssa Elsman, de 18 anos e nativa de Portage, Michigan. Sua irmã de 13 anos está entre os feridos.

Quatro vítimas permanecem em estado crítico, segundo as autoridades.

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De acordo com a polícia, Rojas tem uma ficha criminal que inclui duas prisões por dirigir embriagado em 2008 e 2015 e uma detenção no início deste mês sob a acusação de ameaça.

Após sua prisão na quinta-feira, foi submetido a um teste de drogas e álcool. Uma porta-voz da polícia indicou esta manhã que ainda não dispõe dos resultados dos exames toxicológicos.

A Marinha disse que Rojas serviu como eletricista de setembro de 2011 a maio de 2014, nas bases da Flórida, de Illinois e da Carolina do Sul. Além disso, foi condecorado com a Medalha do Serviço de Defesa Nacional.

Nesta sexta-feira, a imprensa americana traçava o perfil de um jovem homem perturbado, transformado por sua experiência na Marinha americana.

Ele teria deixado o serviço militar “com a mente obscurecida por teorias da conspiração”, apresentando um comportamento muitas vezes fisicamente ameaçador, consumindo álcool e cannabis, de acordo com o New York Times.

Durante sua prisão após o atropelamento, ele teria dito aos policiais: “Vocês deveriam ter me matado! Por que vocês não me mataram?”, segundo fontes citadas por vários jornais de Nova York.

Teria dito ainda “ouvir vozes”.

Vários de seus amigos recomendaram que ele procurasse ajuda psicológica, conselho que ele não seguiu.

As autoridades indicaram que analisavam a necessidade de reforçar as medidas de segurança na região.

A Times Square, no coração de Manhattan, uma região repleta de teatros, cinemas e grandes lojas com enormes letreiros luminosos, é um dos locais mais conhecidos do mundo e atrai a cada ano milhões de pessoas.

O local foi alvo de um dos maiores alertas de segurança registrados depois dos atentados de 11 de setembro de 2001 na capital econômica e cultural dos Estados Unidos, quando um imigrante paquistanês, Faisal Shahzad, colocou um carro-bomba no local em 1º de maio de 2010.


Mas seu plano fracassou, o explosivo não detonou e ele foi preso pouco depois de embarcar em um avião para o Oriente Médio. Ele se declarou culpado e foi sentenciado à prisão perpétua.


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