Veterano de 102 anos pede aposentadoria após 78 anos de serviço militar

O sargento-mor Alfani Luhembwe, que ingressou no Exército congolês em 1947, busca dignidade e moradia após décadas de conflitos e levantes armados

O sargento-mor Alfani Luhembwe
O sargento-mor Alfani Luhembwe Foto: Reprodução/YouTube

O sargento-mor Alfani Luhembwe, aos 102 anos, protagoniza um apelo incomum no cenário militar global. Após 78 anos vestindo a farda e servindo ativamente no Exército da República Democrática do Congo, o veterano busca agora o direito à aposentadoria, dignidade e o suporte de um lar.

  • Trajetória: Luhembwe ingressou nas forças militares em 1947, participando de rebeliões, invasões e levantes armados ao longo de quase oito décadas.

  • Saúde e vigor: apesar da idade centenária, o militar mantém postura ereta e agilidade mental, apresentando-se mais alerta do que muitos soldados jovens da corporação.

  • Documentação: o veterano apresentou registros oficiais que comprovam o início de sua carreira na década de 1940, reforçando a legitimidade de sua longa prestação de serviço ao Estado.

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Uma vida dedicada ao campo de batalha

A história de Alfani Luhembwe confunde-se com a própria história contemporânea do continente africano. Durante o seu serviço, ele testemunhou a transição de regimes, lutou em frentes de batalha internas e externas e sobreviveu a décadas de instabilidade política no antigo Zaire, hoje República Democrática do Congo.

A solicitação de aposentadoria do sargento-mor expõe as fragilidades administrativas e sociais de países em constante estado de guerra, onde o sistema de baixa e benefícios militares muitas vezes é negligenciado. Luhembwe não pede apenas o descanso; seu pedido é por uma casa e condições básicas de sobrevivência para seus últimos anos de vida.

O exemplo da disciplina militar

Mesmo sem o reconhecimento formal de sua reserva, o militar é visto por seus pares como um símbolo de disciplina e resistência. O fato de ainda estar “em atividade” aos 102 anos é considerado um feito raro na história das forças armadas mundiais. Sua busca por direitos fundamentais agora ressoa como um chamado para que o Estado reconheça o sacrifício de seus soldados mais longevos.