Incomodado com punições sofridas ao longo da temporada da Fórmula 1, o holandês Max Verstappen comparou os comissários da categoria aos árbitros de futebol. Nos dois casos, na avaliação do piloto da Red Bull, as interpretações diversas deixam situações de disputa, seja na pista ou seja nos gramados, com resultados imprevisíveis.

“A questão é que é igual ao futebol, não? Você tem diferentes árbitros e alguns dão cartão amarelo mais fácil que outros. É a mesma coisa”, disse o piloto, em entrevista ao site Motorsport.com. “Claro que existe o livro de regras. Mas, mesmo assim, os comissários têm liberdade para dizer o que pode ser aplicado em cada caso.”

A temporada 2019 foi marcada na F-1 por punições diferentes para situações semelhantes, envolvendo pilotos e equipes distintas. As oscilações se deveram mais à uma importante mudança na gestão das corridas. Charlie Whiting, icônico diretor de provas, morreu em março, dando lugar a Michael Masi, que tem visão mais flexível das disputas nas pistas.

“Quando você disputa um jogo da Liga dos Campeões ou do Campeonato Inglês, o árbitro pode ser diferente. “Às vezes você pode levar apenas um cartão amarelo, mas aí outro árbitro te dá um cartão vermelho. E você fica pensando: ‘o que estão acontecendo?’. É a mesma coisa na Fórmula 1”, comentou Verstappen.

Ao mesmo tempo, o holandês considerou que a tarefa de avaliar cada disputa polêmica nas pistas não é tarefa das mais fáceis. “De fato, é muito difícil para eles. Eu estive na sala com eles e vi eles decidindo sobre as penalidades. Não é fácil”, ponderou o piloto, que acompanhou o trabalho dos comissários na etapa do Marrocos da Fórmula E na temporada passada.

Na ocasião, Verstappen participou do trabalho como punição, no quesito “serviços comunitários”, por ter empurrado o também piloto Esteban Ocon ao fim do GP do Brasil de 2018, em São Paulo.