Veja quais foram as três versões dadas por Bolsonaro sobre violação de tornozeleira

Ex-presidente disse que bateu objeto na escada, que teve "curiosidade" e "alucinação"

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Imagem mostra tornozeleira de Bolsonaro danificada Foto: Reprodução

Ao decretar a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro na madrugada do último sábado, o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), usou como um de seus argumentos o fato de a tornozeleira eletrônica de Bolsonaro ter sido violada. Depois de ter sido encaminhado de sua casa, onde estava cumprindo prisão domiciliar, para a sede da PF (Polícia Federal), o ex-presidente admitiu que tinha violado a tornozeleira com um ferro de solda. No entanto, até o momento, ele apresentou três versões sobre os motivos que o fizeram agir de tal maneira.

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A primeira versão apresentada pelo ex-chefe do Executivo foi a de que ele teria batido o dispositivo em uma escada. O argumento foi registrado em relatório do Centro Integrado de Monitoração Eletrônica. No entanto, uma segunda versão foi apresentada por Bolsonaro ao ser questionado, em vídeo, pela diretora-adjunta da Seape (Secretaria de Administração Penitenciária) do Distrito Federal, Rita de Cássia Gaio Siqueira. Nas imagens, é possível ver que o objeto claramente danificado, com aspecto de derretido.

Ao ser questionado se tinha usado algo para queimar a tornozeleira, o ex-presidente afirmou: “Meti ferro quente aí. Curiosidade”. Em seguida, a diretora-adjunta pergunta se um ferro de passar tinha sido usado na tentativa de rompimento, ao que ele responde: “Não, ferro de solda”. Questionado sobre o horário em que teria começado a violação, Bolsonaro disse que tinha começado no final da tarde da última sexta-feira.

No último domingo, durante uma audiência de custódia no STF, Bolsonaro apresentou uma terceira versão para o caso, em que afirmou ter sofrido com uma “alucinação”. Ele disse que pensava que sua tornozeleira teria uma escuta. Ele definiu o caso como uma “certa paranoia”. O ex-presidente afirmou que agiu sozinho em sua tentativa e que o ferro de solda já estava em sua casa. Depois do depoimento, a prisão preventiva foi mantida.

Em boletim médico anexado à manifestação da defesa do ex-presidente ao STF, a equipe médica de Bolsonaro diz que o episódio poder ter sido resultado de um efeito colateral causado pelo medicamento anticonvulsivante e modulador de dor neuropática usado por ele. Além disso, os médicos afirmaram que o uso do remédio foi “suspenso imediatamente, sem sintomas residuais neste momento”.