A vereadora de Niterói, no Rio de Janeiro, Benny Briolly (PSOL), que é negra e transexual (pessoa que não se reconheceu com o gênero biológico), decidiu que irá registrar um boletim de ocorrência nesta sexta-feira (20) na Delegacia de Crimes Raciais e Direitos de Intolerância (Decradi) contra o deputado estadual Rodrigo Amorim (PTB). Isso ocorreu depois que o parlamentar usou a tribuna da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) na quarta-feira (18) para atacá-la. As informações são do jornal Extra.

Benny pretende apresentar uma notícia-crime por transfobia e racismo.

Em entrevista ao jornal, Benny, que foi a primeira parlamentar trans eleita em Niterói, afirmou que sente que os seus “desafios estão cada vez maiores”. “Atos como o do parlamentar têm que ser rechaçados e punido.”

“Amanhã (sexta-feira), às 11h, vou registrar um boletim de ocorrência contra ele na Decradi. Estamos recebendo o apoio de várias entidades de Direitos Humanos, porque esses ataques não podem ficar por isso mesmo.”

Benny também lamentou o ocorrido e ressaltou que o seu corpo é “uma ferramenta política”.

Após ter conhecimento das ofensas proferidas por Amorim, a vereadora usou as suas redes sociais para respondê-lo. “Você não é o machão, Rodrigo Amorim? Aguarde as consequências jurídicas”, escreveu.

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Rodrigo Amorim usou a tribuna da Alerj para ofender a parlamentar Benny e disse que ela é “vereador homem” por ter nascido “com pênis”.

Procurado pelo jornal Extra, ele tentou se defender da acusação de transfobia e afirmou que se referia às “aberrações que o politicamente correto e a esquerda fazem com a língua portuguesa” e à “mania de criar gêneros”. Ele ainda ressaltou que “biologicamente só existem dois sexos. A mesma ciência que defende a vacina também deixa isso bem claro”.

O partido PSOL pretende entrar com uma representação contra Amorim no Conselho de Ética da Alerj.

O corregedor-parlamentar da Alerj, o deputado Noel de Carvalho (Solidariedade), afirmou que está analisando o caso. Ele também ressaltou que “repudia veementemente qualquer tipo de discriminação, assim como lamento os excessos que ocorreram nas falas” de Renato Amorim.


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