16/10/2024 - 13:03
Primeiro da lista de vereadores mais votados em São Paulo, Lucas Pavanato (PL), pretende ser representante do bolsonarismo na Câmara Municipal de São Paulo e dificultar a vida da esquerda na Casa. A partir de 2025, o PT terá a maior bancada, com oito vereadores.
Afilhado político de Jair Bolsonaro (PL), Nikolas Ferreira (PL) – eleito o deputado federal mais votado do país em 2022 – e o ex-vereador Fernando Holiday (PL), Pavanato é ainda desconhecido por uma parcela significativa dos paulistanos, e teve como foco maior de sua campanha ações nas redes sociais, em grande parte com provocações a adversários políticos, além da defesa de pautas ideológicas — muitas das quais não se alinham diretamente com as atribuições de um vereador.
Ao site IstoÉ, o vereador eleito destacou o que chamou de “coerência de princípios” como um dos motivos que o cacifaram liderar a lista de mais votados para a Câmara Municipal de São Paulo. “As pessoas que me acompanhavam desde a última eleição (se candidatou a deputado estadual em 2022, mas se elegeu suplente) viram que as minhas pautas não mudaram. Talvez a forma e as alianças polícias podem ter mudado, mas as bandeiras continuam as mesmas”, afirmou.
Na Casa, suas principais bandeiras serão a instalação da CPI das Invasões, com o intuito de investigar grupos sociais que supostamente ocupam propriedades na cidade de São Paulo e lutar pela instalação CPI das ONGs que atendem dependentes químicos, “mas não resolvem o problema e não fornecem satisfações sobre o dinheiro que recebem para isso”.
“A minha maior briga será para ter espaço em algumas comissões relevantes para fazer com que os meus projetos avancem”, afirmou Pavanato.
Contraposição à esquerda
Nas eleições municipais de 2024, o PT conseguiu eleger a maior bancada da Câmara Municipal de São Paulo. Além disso, a legenda quer unir forças com partidos de centro-esquerda para formar uma frente progressista.
O influenciador, porém, promete dificultar as coisas para os partidos de esquerda na Casa. “Eu serei a maior ‘pedra no sapato’ (desses vereadores). Sei que muita gente gostaria que as minhas ideias continuassem marginalizadas, mas a votação expressiva mostra que uma parcela significativa da população de São Paulo não aceita essas pautas de gênero, não aceita o aborto e é contra a extrema-esquerda. Por isso, vou representar essas pessoas custe o que custar”, destacou.
Inimigo de Boulos
Os vereadores fazem parte do Poder Legislativo a nível municipal. Além de criar e apresentar projetos de lei para a cidade, têm como papel fundamental trabalhar em conjunto com o prefeito para garantir a boa administração da cidade. O diálogo, porém, segundo Pavanato, só acontecerá caso Ricardo Nunes (MDB) seja eleito.
“Nesse segundo turno, nós não temos alternativas. O Nunes é um candidato de centro, mas aceitou compor com pessoas como eu. Além disso, ele é um homem do diálogo. Por conta disso, a opção é clara, não pode ser o outro candidato”, disse.
“Eu espero que Boulos não seja eleito, pelo bem da cidade de São Paulo. Se isso acontecer, é melhor ele se preparar porque serei seu maior inimigo. Não terá diálogo, pois não converso com quem nega a democracia, apoia ditadura e defende invasão de propriedade”, finalizou.