O governo peruano anunciou nesta quarta-feira (12) a prisão, na Colômbia, de um venezuelano procurado por queimar viva sua ex-companheira, uma mulher de 18 anos, em uma praça central de Lima, o mais recente feminicídio que comoveu o Peru.

“Sergio Tarache Parra, sujeito acusado de queimar viva sua ex-companheira, Katherine Gómez, foi detido na Colômbia”, informou o Ministério do Interior no Twitter. “Em algumas horas será transportado ao Peru para ser julgado”, acrescentou a autoridade peruana.

Tarache, de 19 anos e nacionalidade venezuelana, é acusado pelo Ministério Público do Peru de jogar gasolina e atear fogo em sua ex-companheira peruana, logo após uma discussão pública na Praça Dois de Maio, em Lima, em 18 de março.

A mulher agonizou durante seis dias e morreu em 24 de março no Hospital Arcebispo Loayza, na capital peruana. Tinha queimaduras em mais de 60% do corpo.

Em Lima, o chefe da polícia, o general Jorge Luis Angulo, se reuniu com o coronel Raúl Vera Moreno, adido da embaixada da Colômbia na capital, para “agilizar a transferência”.

Câmaras de segurança captaram o momento no qual o suposto feminicida fugiu. A polícia peruana oferecia 50 mil sóis, equivalente a cerca de 12.500 dólares (cerca de 61 mil reais em valores atuais), por informações que permitissem sua prisão.

O Consulado-Geral do Peru em Bogotá tuitou que o homem estava sob aviso de “alerta vermelho da Interpol”.

A presidente do Peru, Dina Boluarte, expressou seu “total repúdio” ao crime.

“Creio que essa violência contra a mulher deve parar. (…) Mulheres não são propriedade dos companheiros”, afirmou.

O Peru registrou 136 feminicídios em 2022, contra 146 em 2021 e 138 em 2020, segundo dados oficiais.

Um caso similar ao de Katherine Gómez ocorreu em abril de 2018 em Lima, quando um homem encapuzado entrou em um ônibus e jogou gasolina em sua ex-namorada Eva Agreda, que morreu dias depois.

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