Diego Salazar, primo do ex-ministro do petróleo e ex-executivo da petrolífera estatal PDVSA Rafael Ramirez, foi preso em uma investigação sobre uma série de contas em um banco de Andorra que teriam sido usadas para lavar cerca de US$ 1,6 bilhão em recursos corruptos, anunciou na sexta-feira o procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab.

A prisão de Diego Salazar ocorre em meio a uma ampla investigação sobre corrupção na indústria petrolífera estatal venezuelana, que alguns avaliam como uma tentativa do presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, de consolidar o poder dentro do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) antes das eleições presidenciais do próximo ano. Muitos protegidos de Ramirez foram detidos, incluindo o ex-ministro do Petróleo, Eulogio del Pino, e Nestor Martinez, ex-presidente da PDVSA.

O próprio Ramirez não foi preso, embora haja relatos não confirmados de que tenha sido demitido de seu cargo atual como embaixador da Venezuela nas Nações Unidas. Alguns observadores o enxergam como alvo final da investigação.

Em uma entrevista por telefone à televisão estatal, o procurador-geral disse que Salazar é acusado de lavagem de dinheiro e associação para cometer crime. Salazar e outros estariam ligados a um esquema de corrupção no banco em Andorra, disse Saab. Em 2015, Andorra interveio na Banca Privada d’Andorra (BPA), depois que o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos acusou a instituição de lavagem de dinheiro de grupos na China, Rússia e Venezuela.

Saab disse que a documentação obtida pelo Ministério Público da Venezuela inclui contratos entre as partes e transferências bancárias que sugerem tentativas de fraudar empresas e agências estatais e lavar cerca de US$ 1,6 bilhão em recursos. A mídia local informou que Salazar está detido na sede do Serviço Nacional de Inteligência Bolivariana.

Ramírez atuou como ministro do petróleo da Venezuela de 2002 a 2014 e liderou a PDVSA de 2004 a 2014. Ramírez se tornou embaixador da Venezuela na ONU em 2014. Fonte: Associated Press.