Nove pontos em três jogos. Seis gols marcados e apenas um sofrido. Uma frase que virou um lema: ‘Mano, tengo fe’ (tenho fé). A Venezuela, motivada pela impecável primeira fase, enfrenta nesta sexta-feira o Canadá pelas quartas de final da Copa América-2024, nos Estados Unidos.

Já os canadenses chegam à partida abalados por uma grave lesão de última hora. Tajon Buchanan foi operado na quarta-feira devido a uma fratura na tíbia, um dia depois de o atacante da Inter de Milão ter saído de ambulância de um treino da equipe de Jese Marsch após sofrer uma lesão na perna esquerda, e seus companheiros prometem fazer todo o possível para dedicar um triunfo a ele.

O vencedor da partida no AT&T Stadium, em Arlington, Texas, enfrentará nas semifinais a campeã mundial Argentina, que nesta quinta-feira eliminou o Equador nos pênaltis (4-2) após um empate em 1 a 1 no tempo regulamentar.

– Mais longe do que nunca? –

A ‘Vinotinto’ nunca havia conseguido vencer todos os jogos da primeira rodada da Copa América.

E agora, com esse impulso, o objetivo é ir mais longe do que nunca. Desde sua estreia no torneio continental no Uruguai-1967, a seleção venezuelana chegou às semifinais apenas uma vez, na Argentina-2011, quando terminou na quarta colocação.

Só há três remanescentes desse feito no elenco hoje liderado pelo técnico argentino Fernando ‘Bocha’ Batista: Rondón, Tomás Rincón e Alexander González.

“Estamos a 90 minutos de igualar a nossa melhor participação na Copa América e esse é o nosso foco”, disse o meio-campista Yangel Herrera em entrevista coletiva nesta quinta-feira.

Batista voltará ao banco de reservas após ter feito parte do quarteto de treinadores punidos devido à entrada tardia de seus times em campo no intervalo de uma partida, ao lado de Lionel Scaloni (Argentina), Ricardo Gareca (Chile) e Marcelo Bielsa (Uruguai).

O treinador terá alguns de seus principais jogadores bem descansados, já que poupou na última partida o zagueiro Nahuel Ferraresi, o lateral-esquerdo Miguel Navarro e o meio-campista Cristian Cásseres Jr devido ao risco de suspensões por acúmulo de cartões amarelos.

Já o atacante Darwin Machís não vai jogar por esse motivo.

“Nos sentimos bem, fizemos uma fase de grupos muito boa, quase ideal, mas ainda não conseguimos nada (…) e agora começa um novo torneio, porque não se pode depender de um empate ou de um resultado anterior”, comentou Batista na véspera do duelo.

– “Vencer por ele” –

Os jogadores do Canadá passaram por momentos difíceis na terça-feira com a grave contusão sofrida por Buchanan.

Um de seus companheiros, o lateral-direito Alistair Johnston, prometeu tentar “vencer para ele”, embora tenha enfatizado que isso não deve tirar o foco do time, que se classificou para as quartas de final como segundo colocado do Grupo A, atrás da líder Argentina depois de perder para a seleção albiceleste (2 a 0), vencer o Peru (1 a 0) e empatar com o Chile (0 a 0). “Ele seria o primeiro a dizer isso”, observou ele.

“Obviamente vamos sentir falta dele em campo, mas este time é realmente especial e sua união e capacidade de apoiar uns aos outros é algo que nunca vi antes. Então, nas últimas 48 horas, vi um grupo de jogadores e toda a equipe se unir de forma muito forte”, garantiu Marsch.

E também há boas notícias: o meio-campista Ismael Koné acaba de ser contratado pelo Olympique de Marselha.

O Canadá assumiu a Copa América como um passo importante na preparação para a Copa do Mundo de 2026, em que será sede ao lado dos Estados Unidos e do México.

– Prováveis escalações:

Venezuela: Rafael Romo – Jon Mikel Aramburu, Yordan Osorio, Nahuel Ferraresi, Miguel Navarro – Yangel Herrera, José Martínez, Cristian Cásseres Jr – Eduard Bello, Salomón Rondón, Yeferson Soteldo. Técnico: Fernando Batista.

Canadá: Maxime Crepeau – Alistair Johnston, Moise Bombito Lumpungu, Derek Cornelius, Alphonso Davies – Ismael Koné, Stephen Eustaquio – Liam Millar, Jonathan David, Jacob Shaffelburg – Cyle Larin. Técnico: Jesse Marsch.

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