O governo de Nicolás Maduro pediu ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que não repita os “erros” de seus antecessores com a Venezuela, após as sanções impostas por este país contra o vice-presidente Tareck El Aissami por tráfico de drogas.

“Nós esperamos que não cometam os erros do passado. A era (do presidente George W.) Bush foi marcada por um fracasso dos Estados Unidos sobre a política com a Venezuela. O presidente (Barack) Obama também foi um fracasso”, disse nesta quarta-feira a chanceler Delcy Rodríguez, durante coletiva de imprensa.

Referindo-se a Obama, que assinou um decreto que considera o país petroleiro uma “ameaça” à segurança americana, a ministra assinalou que “suas tentativas para derrubar” Maduro “foram infrutíferas”.

Também sustentou que as políticas de Washington com Caracas nos últimos anos “causaram sofrimento” e também demonstraram que “não podem contra a vontade do povo venezuelano”.

Reiterando uma denúncia de Maduro, Rodríguez disse que elementos do poder americano, pressionados pela oposição venezuelana, buscam enfrentar os governos de Maduro e Trump.

“Pedimos aos Estados Unidos, qualquer que seja sua administração, relações de respeito mediante o diálogo diplomático e político. Mirar em um processo de normalização baseado no respeito”, destacou.

Os dois países mantêm uma relação conflituosa desde a chegada ao poder do falecido presidente Hugo Chávez (1999-2013), até que em 2010 retiraram seus embaixadores.

Na segunda-feira, o Departamento do Tesouro americano incluiu o vice-presidente venezuelano em uma lista de pessoas e organizações ligadas ao tráfico de drogas por, supostamente, estar envolvido com o envio de drogas ao México e aos Estados Unidos quando foi ministro do Interior (2008-2012) e governador de Aragua (2012-2017).

Maduro rechaçou na terça-feira as sanções e as qualificou como uma “agressão”, mas evitou confrontar Trump, a quem há quase um mês considerou uma vítima da “campanha de ódio” da mídia internacional.

O presidente socialista aguarda as ações de seu contraparte americano na política com a Venezuela, advertindo que “pior que Obama não será”.