A oposição venezuelana prevê que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) começa, nesta quarta-feira, a revisar 1,85 milhão de assinaturas para ativar o referendo contra o presidente Nicolás Maduro – segundo seu representante nesse órgão eleitoral, Vicente Bello.

“Amanhã (quarta-feira), começa a revisão das planilhas que contêm as assinaturas, mas vamos esperar que o CNE defina o procedimento. Para mim, começa a constatação”, declarou Bello à AFP, acrescentando que terá uma reunião com uma comissão do órgão para conhecer os detalhes.

Na segunda-feira, a opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD), que controla o Parlamento, entregou ao CNE 80 caixas com planilhas contendo 1,85 milhão de assinaturas, quase dez vezes mais do que as 195.721 exigidas para solicitar o início do processo de consulta.

“As caixas com todas as assinaturas ficaram guardadas em um escritório que foi fechado e lacrado. Amanhã, o CNE abrirá esse escritório na presença de testemunhas da Unidade e do PSUV (partido do governo)”, acrescentou Bello.

Depois de entregues as assinaturas, surgiu a dúvida sobre se o órgão eleitoral vai esperar que se cumpram os 30 dias dado à MUD, em 26 de abril, para reunir as quase 200 mil assinaturas, como sugeriu a reitora do CNE, Tania D’Amelio.

“Isso foi uma tentativa”, comentou Bello.

O CNE ainda não se pronunciou sobre quando começará o processo de verificação, nem sobre os prazos.

Segundo a lei, o CNE deverá revisar as planilhas em cinco dias e depois convocar os signatários a ratificar seu apoio com a impressão digital em outros cinco dias. Apenas depois de validá-las é que se autorizará a coleta de quatro milhões de assinaturas exigidas para convocar o referendo.

Para revogar o mandato de Maduro no referendo, o “sim” deve obter mais dos 7,5 milhões de votos, com os quais foi eleito após a morte de seu mentor, Hugo Chávez, em 2013.

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