29/07/2024 - 12:44
O contestado resultado da eleição presidencial de domingo na Venezuela se soma a uma série de pleitos questionados pela oposição e parte da comunidade internacional desde a ascensão de Nicolás Maduro ao poder em 2013.
Em abril de 2013, após a morte do presidente socialista Hugo Chávez (1999-2013), o vice-presidente Nicolás Maduro assume a doutrina chavista e vence as eleições presidenciais com 50,62% dos votos.
O líder da oposição, o governador Henrique Capriles, derrotado por uma margem estreita, exige uma auditoria dos resultados e recorre sem sucesso ao Tribunal Supremo de Justiça.
Em 2016, a oposição tenta sem sucesso convocar um referendo revogatório.
O primeiro mandato de Maduro é marcado por ondas de manifestações (mais de 168 mortos em 2014 e 2017), repressão aos opositores, aumento do poder presidencial e isolamento internacional, com a imposição de sanções pelos Estados Unidos.
Em 20 de maio de 2018, Nicolás Maduro é reeleito em uma eleição presidencial antecipada, boicotada pela maior parte da oposição. Mais de 60 países não reconhecem o pleito, e os Estados Unidos impõem um embargo sobre o petróleo da Venezuela em 2019.
Em 21 de janeiro de 2019, 27 militares são presos após se rebelarem. Maduro acusa os Estados Unidos de terem ordenado “um golpe de Estado fascista”.
Em 23 de janeiro, o opositor Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional, cujo controle foi perdido pelos chavistas em 2015, se autoproclama presidente interino. Ele é reconhecido por cerca de 60 países, liderados pelos Estados Unidos.
No final de abril, fracassa uma tentativa de levante por um grupo de militares pró-Guaidó.
Em 6 de dezembro de 2020, o presidente Nicolás Maduro recupera o controle da Assembleia Nacional em eleições legislativas marcadas por uma abstenção de 69% e rejeitadas internacionalmente. A maior parte da oposição pede boicote.
No final de 2022, a oposição, profundamente dividida, põe fim à presidência e ao governo interino de Juan Guaidó. Os Estados Unidos afirmam em 3 de janeiro de 2023 que ainda não consideram Nicolás Maduro como presidente legítimo.
Meses antes da eleição presidencial de 28 de julho de 2024, a carismática líder da oposição María Corina Machado, favorita nas pesquisas, é declarada inelegível pela Justiça, acusada de corrupção.
Ela é substituída por um diplomata pouco conhecido do grande público, Edmundo González Urrutia, para enfrentar Nicolás Maduro, que aspira a um terceiro mandato de seis anos.
Considerando que o governo continua reprimindo a oposição, o governo dos Estados Unidos anuncia em abril que restabelecerá as sanções contra os setores de gás e petróleo, que haviam sido aliviadas meses antes.
Segundo os resultados oficiais proclamados no domingo à noite, Maduro foi reeleito com 51,2% dos votos. O resultado foi rejeitado pela oposição e questionado por muitos países, incluindo Estados Unidos e União Europeia.
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