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CARACAS (Reuters) – O governo venezuelano rejeitou na segunda-feira o que chamou de um plano “ridículo” dos Estados Unidos para designar o “inexistente” Cartel de los Soles como uma organização terrorista. Os Estados Unidos planejam, ainda nesta segunda-feira, designar o Cartel de los Soles como uma organização terrorista estrangeira por seu suposto papel no envio de drogas para os EUA. O governo Trump acusou o presidente venezuelano Nicolás Maduro de liderar o Cartel de los Soles, o que ele nega.
A medida surge em um momento em que Maduro enfrenta crescente pressão do presidente dos EUA, Donald Trump, por meio de um maciço aumento da presença militar norte-americana no Caribe. Isso também gerou preocupação de que os EUA possam tentar usar a designação do grupo para justificar uma ação militar, embora especialistas em sanções afirmem que a lei não autoriza tal medida.
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Maduro e seu governo sempre negaram qualquer envolvimento com o crime organizado e acusaram os EUA de buscarem uma mudança de regime devido ao desejo de controlar as vastas reservas de petróleo da Venezuela.
“A Venezuela rejeita categoricamente, firmemente e absolutamente a nova e ridícula invenção do secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, que designa o inexistente Cartel dos Sóis como uma organização terrorista”, declarou o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, em sua conta no Telegram.
A ação retoma “uma mentira infame e vil para justificar uma intervenção ilegítima e ilegal contra a Venezuela, no formato clássico de mudança de regime dos EUA. Esta nova manobra terá o mesmo destino das agressões anteriores e recorrentes contra o nosso país: o fracasso”, acrescentou.
A Reuters noticiou no sábado que os EUA devem lançar uma nova fase de operações relacionadas à Venezuela nos próximos dias, embora a agência de notícias não tenha conseguido estabelecer o momento exato ou o alcance das novas operações, nem se Trump já havia tomado uma decisão final de agir.
Em julho, o Departamento do Tesouro dos EUA designou o Cartel de los Soles, em referência ao símbolo do sol usado pelos generais venezuelanos, como uma “Organização Terrorista Global Especialmente Designada”, uma medida que congelou todos os seus ativos nos EUA e, de modo geral, proibiu os norte-americanos de negociarem com ela.
A InSight Crime, uma fundação que analisa o crime organizado, afirmou em agosto que era uma “simplificação excessiva” dizer que Maduro chefia o cartel, afirmando que “é mais preciso descrevê-lo como um sistema de corrupção no qual militares e políticos lucram trabalhando com traficantes de drogas”.
(Reportagem de Vivian Sequera)