O governo venezuelano lançou nesta sexta-feira um plano de vacinação contra 14 doenças, entre elas tuberculose, difteria e sarampo, que segundo organizações não governamentais aumentaram em meio a uma grave escassez de remédios.
A campanha irá até 13 de maio e será gratuita, disse o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, em um ato no estado de Vargas (norte).
“Com mais de 11 milhões de doses, nossa meta é vacinar nove milhões de pessoas”, acrescentou o presidente, indicando que o programa será desenvolvido com a assessoria da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
Maduro detalhou que a imunização será contra doenças como tuberculose, hepatite B, paralisia infantil, sarampo, rubéola e difteria.
Ele destacou que a campanha foi possível porque o país conseguiu contornar bloqueios a suas contas internacionais por parte dos Estados Unidos.
Na Venezuela, mergulhada em uma aguda crise econômica, a escassez de medicamentos para doenças crônicas chega a 95%, segundo a Federação Farmacêutica.
A Opas informou na quinta-feira que a Rússia doou à Venezuela 8,5 toneladas de fármacos e insumos médicos.
Ante a falta de remédios, a Opas e associações que defendem o direito à saúde reportam um aumento de doenças que podem ser prevenidas com vacinas.
Na quinta-feira, a ONG Kapé Kapé denunciou que ao menos 54 menores indígenas morreram neste ano por um surto de sarampo no estado Delta Amacuro (leste).
A Opas alertou em 16 de março sobre surtos de sarampo nas Américas, o maior na Venezuela, com 886 casos desde 2017.